Saúde

Tratamento de alta complexidade para leishmaniose cutânea é aplicado pela primeira vez em policlínica

Para iniciar a administração, o paciente é submetido a exames laboratoriais e eletrocardiograma para atestar a inexistência de comorbidades.

Tratamento leishmaniose- Foto Danielly Freitas
Foto: Danielly Freitas/ Secom

O medicamento Anfotericina B Lipossomal para tratamento de leishmaniose cutânea foi administrado pela primeira vez em uma unidade de saúde de média complexidade, a exemplo das policlínicas, em Feira de Santana no último dia 1º. A medida faz parte da descentralização do tratamento que é considerado de alto custo e alta complexidade – antes era administrado somente em unidade hospitalar.

A primeira paciente atendida é Rosilene Nascimento, que identificou a doença após um sangramento no nariz e também por sentir um mau cheiro com frequência. Outro método de tratamento havia sido testado na paciente em outro estado, no entanto, além de não obter êxito, sofreu com os efeitos colaterais.

“Quero parabenizar toda equipe que me atendeu, desde o ambulatório de infectologia até a equipe da policlínica. Era algo muito esperado e estava bem ansiosa. Todos deram a assistência necessária e agora posso retomar minha vida à normalidade. Quero voltar a trabalhar, pois a doença me impossibilitou”, destacou a paciente.

Para iniciar a administração, o paciente é submetido a exames laboratoriais e eletrocardiograma para atestar a inexistência de comorbidades. O tratamento tem duração de cinco dias. Mesmo após a conclusão, a paciente continua sendo monitorada pela equipe do programa e do ambulatório de infectologia por um período de seis meses a um ano para ser considerada curada da enfermidade.

“Ao chegar na unidade para receber a medicação é feito o monitoramento diário dos sinais vitais e aferição de glicemia, com o objetivo de garantir a segurança da paciente e redução das reações adversas”, explica a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da policlínica da Rua Nova, Flávia Reis.

A enfermeira sanitarista e referência técnica do Programa Municipal de Leishmaniose, Thais Peixoto, considera que a descentralização representa um grande avanço.

“Estou muito feliz que pacientes sejam beneficiados com o tratamento sem ter que esperar a autorização na unidade hospitalar. Lembrando que esse tipo de tratamento é utilizado em casos específicos, por recomendação do infectologista”, enfatizou.

Vale destacar que outros métodos de tratamento para demais manifestações da leishmaniose são assegurados em unidades de saúde de média complexidade desde 2016.

Sobre a doença

A Leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca feridas na pele e nas mucosas das vias áreas, a exemplo do nariz, boca e garganta. As feridas são acompanhadas de coceira intensa e tendem a apresentar bordas elevadas com aparência de vulcão. À medida que a enfermidade avança pode ocorrer sangramentos no nariz e secreções esverdeadas com odor.

Na presença desses sintomas, a orientação é procurar a unidade de saúde para avaliação das lesões e realizar a biópsia – exame que consiste na análise de um fragmento de uma parte do corpo.

Em caso suspeito de leishmaniose, os pacientes são encaminhados para avaliação no Ambulatório de Infectologia, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, localizado na Rua Professor Fernando São Paulo, nº 911, bairro São João.

A prevenção da leishmaniose consiste no uso de repelentes, mosquiteiros e evitar exposição nos horários de atividade do vetor, como a noite e os ambientes considerados endêmicos. Além disso, recomenda-se a limpeza de quintais e terrenos para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas do vetor, a exemplo de folhas secas de árvores e matéria orgânica.

As informações são da Secom de Feira de Santana.

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