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A saúde mental tornou-se uma preocupação visível e comum no mundo. A depressão, por exemplo, afeta 300 milhões de pessoas em todo mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), índice que cresceu 18% em dez anos. Ainda segundo a Organização, o Brasil é o país com o maior número de casos em toda a América Latina, com um total de 11,5 milhões de depressivos, ou seja, 6% dos brasileiros.
E não para por aí. Uma pesquisa, divulgada no mês passado pela Vittude, plataforma online voltada para saúde mental, revelou que 86% dos brasileiros respondentes sofrem com algum transtorno mental, como a depressão ou a ansiedade. De acordo com o estudo, 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo e 59% em estado severo de depressão. As taxas da ansiedade são ainda maiores. Conforme o levantamento, a doença atinge 63% da população.
A psicóloga especialista em saúde mental Andréa Chaves destaca que a rotina intensa do dia a dia pode ocasionar danos em algumas áreas da vida. Por isso, para ela, uma das soluções apontadas é a terapia, que é um auxílio para todos, não apenas para quem está em crise. "Este é um momento de pausa para avaliar como está a saúde mental do paciente e o que pode ser feito em determinados momentos", afirma.
Conforme a especialista, a terapia é aconselhável em qualquer momento da vida, mas principalmente em tempos de mudanças de ciclos e fases. "Ela pode amenizar a dor e fazer com que o paciente tenha mais estratégias para passar por etapas dolorosas da vida", comenta.
Andréa explica ainda que durante anos fazer terapia era considerado coisa de gente "louca" ou "fraca", o que trouxe uma barreira para alguns processos terapêuticos. "Temos que ter em mente que a ida ao consultório é uma forma de treinarmos novos repertórios comportamentais, inclusive, para sermos nós mesmos, independente do que a sociedade nos impõe", finaliza.