Acorda Cidade
Uma lista imensa de contatos, grupos variados, mensagens para responder. Essa é a rotina de muitos brasileiros que possuem diferentes contas em redes sociais. A sensação de estar sempre rodeado de muitas pessoas pode não ter despertado para a real solidão em que o sujeito pode estar submetido.
O Brasil é um dos líderes mundiais em tempo de permanência na internet: o país está em terceiro lugar, ficando atrás apenas de Tailândia (com nove horas e 38 minutos) e Filipinas (com nove horas e 24 minutos). No caso dos brasileiros, o tempo de conexão é de nove horas e 14 minutos. De acordo com a psicóloga do Hapvida, Daniela Teixeira, as novas conjunturas sociais fazem com que o estar conectado seja visto por diferentes nuances.
“O cenário tecnológico atual pode ser avaliado de forma tanto positiva quanto negativa, dependendo muito de quem está do outro lado. Podemos pensar que, da mesma maneira que a tecnologia aproximou as pessoas facilitando e favorecendo a comunicação, criou um imediatismo nas respostas tornando cada vez mais as pessoas ansiosas pelas informações. Logo que se pergunta algo é esperada uma resposta imediata do outro sem cogitar a possibilidade desse outro estar ocupado e não poder responder tão rápido assim, criando assim uma sociedade ansiosa, eu diria”, destacou.
Em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia foram coletados dados das principais redes sociais para a comprovação de que o uso dessas redes causa danos ao bem-estar. Quando a pessoa está online ela faz uma comparação social, e, acaba por achar que a vida de todas as pessoas ao redor é melhor que a sua. De acordo com a profissional, as pessoas tendem a postar em suas redes sociais seus melhores momentos e quem assiste não leva em consideração o fato do que pode estar por trás daquele momento publicado.
“Não vemos ser publicado com frequência momentos de solidão ou em que se tenha o humor mais deprimido. As redes sociais se tornam uma vitrine para o outro. Não é à toa que existem grandes influenciadores digitais que bastam postar algo que milhares de seguidores vão em busca da mesma experiência”, pontuou.
Resultados
Entre os 143 participantes da pesquisa que foi realizada a partir de questionários e grupos experimentais, foi percebido que quem reduziu o uso das redes sociais teve quedas nos níveis de depressão e solidão. Vale frisar, que este efeito foi sentido principalmente por aqueles que participaram do grupo já com fortes indícios de tristeza e, um dos pontos que essa situação alerta, é o preparo emocional que o internauta deve buscar ter.
“Cuidar da saúde emocional vai além do que estar nas redes sociais. A depender do paciente, esse contato com o mundo social pode ser positivo para sua melhora, e então deve ser analisado cada caso em particular.