Andrea Trindade
"Natal e Ano Novo tem todo ano, mas para ter todo ano a gente precisa estar vivo para curtir". A declaração em tom de alerta, é do diretor médico do Hospital de campanha de Feira de Santana, Francisco Mota. Preocupado com as aglomerações e disseminação do coronavírus nas confraternizações de natal e réveillon, ele afirmou em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta segunda-feira (21), que o sistema de saúde da cidade está prestes a entrar em colapso e que não há espaço físico para aumentar o número de leitos do hospital. A rede privada está com leitos lotados, os do Hospital Geral Clériston Andrade está sempre lotando, e dos 18 leitos de UTI do Hospital de Campanha, 15 estão ocupados.
Só no fim de semana, quando os números de resultados divulgados são geralmente menores, foram confirmados 429 novos casos.
“A situação é extremamente preocupante. Se a UTI enche, nós vamos ter dificuldade de internar até mesmo o paciente clínico porque se eu tenho um paciente que está internado e tem o risco de complicar e não tem vaga na UTI, eu não posso admitir esse paciente na unidade. Na sexta-feira a rede privada já não tinha vaga, quando não tem vaga tem que solicitar para a rede pública, e entramos justamente na semana do Natal, a grande preocupação. Estamos vendo pessoas dizendo que vão se reunir para confraternizar, e isso é extremamente perigoso. Acho que a ficha da população ainda não caiu, vamos ter o colapso”, declarou.
O diretor médico destacou que há um descontrole total da infecção no município, neste momento. Segundo ele, cerca de 80% vai ter sintomas leves, mas destes mais de 400 infectados confirmados no fim de semana, por exemplo, 20 precisarão de internação.
“Todos precisando de internação ao mesmo tempo, geram colapso do sistema de saúde”, afirmou.
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