Baixo Fornecimento

Secretário explica ausência de fita de glicemia nos postos de saúde de Feira de Santana

A fita é essencial para fazer o exame de sangue que fornece resultado imediato e auxilia no ajuste da dieta ou da medicação

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Pacientes que utilizam a fita de glicemia, que serve para medir o nível de açúcar no sangue, estão reclamando que o item está em falta nos postos de saúde de Feira de Santana. O instrumento, fornecido de forma gratuita, é utilizado normalmente por pessoas com diabetes.

A fita é essencial para fazer o exame de sangue que fornece resultado imediato e auxilia no ajuste da dieta ou da medicação. Sabendo da importância do equipamento, o Acorda Cidade conversou com o secretário de saúde do município, o médico Rodrigo Matos, para entender o problema.

Rodrigo Matos, secretário de saúde de Feira de Santana
Rodrigo Matos, secretário de saúde de Feira de Santana | Foto: Paulo José / Acorda Cidade

Dificuldade na gestão de insumos

O chefe da pasta da Saúde, que está no cargo há cerca de 10 dias, justificou que o problema é resultado da má gerência dos recursos desenvolvidos por organizações sociais contratadas pela prefeitura no ano passado, para gerir as unidades de saúde numa espécie de terceirização do serviço.

“Essas organizações são as responsáveis por colocar médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e também todos os insumos que são necessários de consumo dentro das unidades. Estamos convocando essas empresas para que cumpram suas obrigações relacionadas à prestação de serviço e restabeleçam 100% do estoque para as demandas da população”, disse o secretário.

Burocracia, um problema crônico

Ciente da urgência em restabelecer o fornecimento de fitas, o secretário disse que pretende, junto com a equipe, concentrar todos os esforços para voltar a disponibilizar o item dentro da normalidade, ação que pode ter como principal impedimento a burocracia.

“Na estrutura pública existem ritos que são necessários e solicitados em lei para realizar a compra de medicamentos e insumos. O que é do direito é do direito, nós vamos fazer a parte da Secretaria de Saúde e, obviamente, as empresas deverão cumprir fielmente o contrato, prestando serviço à população. Imagino que essa era a ideia da gestão anterior”.

Diagnóstico da saúde municipal

O secretário informou que, mesmo com poucos dias na cadeira, vem trabalhando para fazer uma espécie de raio-x do estado atual da saúde no município e que as visitas aos postos de saúde mostram que, além de muita reforma na parte estrutural, as unidades precisam de uma requalificação em vários sentidos.

“Existe um problema crônico há vários anos. A gente ouve na mídia problemas com relação a pagamento de salários, falta de insumos, falta de medicamentos e eu gostaria muito de poder resolver em um dia, mas eu não posso ser não verdadeiro com a população de Feira de Santana, até porque a gente trabalha com seriedade e só com seriedade que a gente tem credibilidade”, disse o secretário.

Mudança no sistema de marcação

Na quinta-feira (9), a prefeitura anunciou que irá desativar o aplicativo Feira Conectada, que serve para a marcação de procedimentos médicos, e concentrar o atendimento no Fala Feira 156, método que é alvo de muitas reclamações. O secretário justificou a decisão como uma forma de atender melhor a população.

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Foto: Secom

“Aplicativo ou qualquer outra ferramenta tecnológica, em tese é bom porque ao invés de o paciente estar transitando, estar indo de um lugar para o outro, quem circula é a informação. Agora, o que a gente não pode admitir é que facilite para algumas pessoas e outras que tenham dificuldade ou embaraços tecnológicos, em especial os idosos, sejam excluídas desse processo”.

O médico explicou que atualmente as marcações ainda acontecem pelo aplicativo Feira Conectada, entretanto, o método também é alvo de muitas reclamações. Rodrigo Matos disse que a pasta, junto com o departamento de Tecnologia da Informação (T.I.) e a Secretaria de Governo, está concentrando esforços para apresentar alternativas mais eficientes para a população.

“Se tiverem pessoas que não consigam ser inseridas nesse sistema, a gente tem que criar alternativas e planos de contingência para que ninguém fique excluído, porque o Sistema Único de Saúde não permite isso. Vamos ver qual vai ser a melhor estratégia para que a gente tenha uma ferramenta tecnológica que facilite a vida da população”, concluiu o secretário.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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