Feira de Santana

Secretário de Saúde alerta que a situação da covid-19 em Feira pode piorar nas próximas duas semanas

O município atingiu ontem a marca de 500 pessoas mortas pela covid-19.

Rachel Pinto

Feira de Santana contabilizou ontem (18), 500 pessoas mortas pela covid-19. Essa triste marca chama a atenção para o aumento do número de infectados no município, bem como as dificuldades enfrentadas de superlotação de leitos, aquisição de insumos hospitalares e o desrespeito da população em relação às medidas restritivas.

O secretário municipal de saúde, o médico Marcelo Brito, em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta sexta-feira (19), comentou sobre a deficiência de medicamentos para tratar a covid-19 e oxigênio no município de Feira de Santana, bem como em várias cidades do Brasil e do mundo. Ele lamentou também sobre a marca atingida ontem de 500 pessoas mortas e alertou que o cenário pode piorar nas próximas duas semanas.

Segundo Marcelo Brito, em Feira de Santana não há ainda uma falta específica de medicamentos, mas esta é uma grande preocupação de todos, principalmente porque a indústria já avisou que ampliou ao máximo a capacidade de produção, mas a demanda está muito grande.

“São os efeitos colaterais que a covid está provocando. Com o consumo maior desses medicamentos, a possibilidade de falta começa a se tornar real. Não só medicamentos, mas também oxigênio. As policlínicas e UPAs têm um determinado consumo e a previsão de ampliar em demasia. Estamos tentando abastecer essas unidades na maior quantidade possível. Mas, os próprios fornecedores começam a apontar o esgotamento da produção. Estamos bastante preocupados com essa situação e viemos mais uma vez pedir apoio da população para adotar as medidas sanitárias. De usar máscara, lavar as mãos, usar álcool em gel e principalmente não gerar aglomeração”, afirmou.

Marcelo Brito declarou que não tem a informação precisa do estoque de medicamentos para intubação e do oxigênio, porque esses dados são passados pelas empresas terceirizadas e a prefeitura tem dificuldade na informatização dos dados.

“A gente não consegue obter isso em tempo real, pede-se a informação e aguarda, por email. Estamos lutando muito para informatizar e ter acesso em tempo real sobre a utilização e o estoque dos medicamentos.Temos R$2.800.000 para comprar computadores. O prefeito autorizou e estamos correndo com a licitação. Vivemos uma preocupação nacional e não específica de Feira de Santana”, declarou.

Aumento da curva da doença nos próximos dias

Feira de Santana vive a segunda onda da covid-19, de forma muito severa, com a superlotação de leitos, de muitos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs), apresentando quadros mais graves da doença. O secretário salientou que estudos técnicos de especialistas apontam que pode acontecer um aumento da curva epidemiológica nos próximos dias.

“Nós temos um grupo técnico e que ele aponta que nós vamos ter ainda de 15 a 20 dias, a piora da curva. Em duas a três semanas. Precisamos que as pessoas sigam todos os protocolos, as restrições. As medidas que nós tomamos agora elas só vão gerar repercussão, pelo menos de 10 a 15 dias depois. Hoje nós só temos as consequências de 15, 20 dias atrás. Estamos em atraso e a solução definitiva evidente é vacinar. É a vacina que vai garantir que as pessoas não vão ficar doentes, nem ter complicações”, acrescentou.
 

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