Feira de Santana

Secretaria registra falta de medicamentos para tratamentos de saúde mental e outras doenças em Feira

O coordenador da assistência farmacêutica da Secretária de Saúde, Driran Ferreira Noles, justificou o motivo da falta de medicamentos.

secretaria municipal de saúde
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Esta quinta-feira (8) é Dia Nacional de Luta Por medicamentos, com o objetivo de chamar a atenção do poder público e toda a sociedade civil para as dificuldades encontradas pela população para ter acesso a tratamentos de saúde adequados.

A professora Eliomara Morais dos Santos, de 44 anos, moradora do distrito de Humildes, é uma dessas pessoas que vem enfrentando obstáculos para garantir que o irmão Antônio Lúcio Morais dos Santos, de 48 anos, continue o tratamento para problemas ligados à sua saúde mental.

Em entrevista ao Acorda Cidade, ela relatou que o paciente faz uso de diversos medicamentos, como o Rivotril (Clonazepam), Risperidona de 1 mg, Depakene (Valproato de Sódio), Carbolítium (Carbonato de Lítio), além de uma injeção do medicamento antipsicótico chamado Haldol (Haloperidol). Todas essas substâncias deveriam ser fornecidas pela Secretaria de Saúde do município, porém estão em falta no órgão e sem previsão de chegada.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ele faz tratamento no CAPS II Oscar Marques e faz uso da injeção de haldol e desde o início de agosto que não tem a medicação. Até aqui ainda não registramos a falta junto à secretaria porque entendo que a direção do Caps deve ter solicitado, porém a resposta é que não tem previsão para a chegada desses medicamentos. Quando meu irmão fica sem a medicação, ele tem alterações de comportamento e sono. Até a receita para a família comprar estamos tendo dificuldades em ter acesso”, informou Eliomara dos Santos.

Ao Acorda Cidade, o coordenador da assistência farmacêutica da Secretária Municipal de Saúde, Driran Ferreira Noles, justificou o motivo da falta de medicamentos no órgão municipal. Segundo ele, determinadas substâncias são compradas com a contrapartida do governo do estado e outras estão em falta junto aos fornecedores.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O clonazepam, que é o Rivotril, já está em falta há um tempo, nós viemos solicitando a Cefarba, que é onde a gente recebe a contrapartida estadual, mas não tem vindo. O Depakene está também na licitação de farmácia básica. Entramos até em contato com o fornecedor e, por dificuldade de matéria-prima para nos reabastecer, eles estão em falta no momento ainda. Então é um problema que vai além do fornecimento normal. Por conta da falta de matéria-prima, o insumo fica impossibilitado de ser fornecido ao mercado. O Haldol estamos recebendo, só que em uma quantidade de demanda reprimida, trabalhamos com estoque crítico, e abastecemos a unidade com uma quantidade que, infelizmente, não é suficiente para todas as unidade de saúde, principalmente o Caps”, esclareceu.

De acordo com Driran Ferreiras Noles, a secretaria tem encaminhado as licitações para os medicamentos que abastecem os postos e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), algumas já em processo final.

No entanto, muitos desses medicamentos, a exemplo do Depaken, não chegam devido à falta de matéria-prima no mercado. “A dipirona sódica estávamos com muita dificuldade de licitar, porque quando a gente colocava ela na licitação não conseguíamos as cotações, não tinha matéria-prima no mercado, agora está tendo um restabelecimento da dipirona. Enquanto isso a prefeitura vai tendo essa contrapartida estadual, que é o fornecimento da Cefarba, e também ficamos vivendo de empréstimos de outros municípios ou permuta”, revelou.

Para se ter uma ideia da dificuldade em encontrar medicamentos no mercado, ele citou como exemplo uma licitação para mais de 100 itens, que fracassou no ano passado e teve que ser refeita este ano.

“Por isso, vínhamos sofrendo com a falta desses medicamentos. Agora essa licitação foi colocada novamente e está em fase de finalização. Desta vez, somente um lote não conseguimos licitar porque ninguém fez a cotação. Esse lote, que iria atender a um bloco de anemia falciforme e continha a dipirona, ele foi desertado, mas todos os outros lotes de medicamentos conseguimos licitar. Infelizmente, nós procuramos restabelecer nesse estoque crítico, mas quando a assistência farmacêutica não consegue o medicamento ficamos na espera de finalizar a licitação, restabelecer através da aquisição da licitação que o município está fazendo. Quando a gente não tem, infelizmente, o paciente tendo condições vai ter que adquirir esses medicamentos de forma particular nas farmácias comerciais”, afirmou o chefe da assistência farmacêutica municipal.

Driran salientou ainda que, muitos pacientes que necessitam de medicamentos de alto custo, por falta de estoque, precisam entrar com um processo judicial, a fim de garantir a compra do material com urgência.

“Quando o paciente não tem o medicamento, ele manda fazer ou vai comprar na farmácia particular, ou então, infelizmente, tem que entrar em um processo de judicialização, que é uma das demandas da assistência farmacêutica, quando o paciente precisa da medicação, ela é de alto custo e não está na lista básica de medicamentos do município. Então, através de uma decisão judicial liminar do juiz, ele consegue obter pedido de compra imediata, e o município tem um prazo para comprar. Não temos uma data certa para a chegada dos medicamentos porque a licitação é algo imprevisível, mas provavelmente em outubro já estaremos abastecendo com a maioria dos medicamentos que estão em falta”, disse.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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Cristina Sueli Brandão dos Reis

Sou portadora de FIBROMIALGIA e ATM 4 cirurgias erradas e faço tratamento no CAPS, além de vários outros problemas e outros tratamentos que deveria estar fazendo, mas infelizmente não tenho condições econômicas nem possibilidades nenhuma para trabalhar, pois, são dores insuportáveis e crônica em todo corpo, inclusive face e todos os dentes. Mas infelizmente ñ estamos encontrando os medicamentos prescritos pelos médicos, nem no CAPS nem nos postos de saúde. Tive oportunidade de processar o médico e ñ o fiz, só gostaria de ser ouvida e ter meus tratamentos para ter uma vida menos pior. Já passei por perícia no INSS e me foi negado o direito que me cabe por ser inválida de certa forma, já que nem em casa posso fazer tarefas simples como estender roupas no varal, varrer casa etc. Faço aqui meu relato com muitas dores e lágrimas 😢 nos olhos. Passei por perícia na Federal e espero resposta. Marido e filho desempregados, ITAPEMIRIM fechou sem dar satisfação aos funcionários, meu marido tinha quase 15 anos lá. Agora pergunto, compramos os vários remédios que tenho aqui para comprar ou comida? Se alguém tiver essa resposta, me orienta. Ñ adianta colocar setembro amarelo se ñ nos ajuda a ter uma vida tranquila com o mínimo do que precisamos, às pessoas desistem da vida ñ é por qualquer motivo, mas sim por se sentir abandonado e sem espectiva de vida melhor. Nós só queremos ser respeitados.

Adriana

Meu irmão depende dessas medicações, e uma faltar de respeita,até que ponto chegamos uma situação que ninguém toma uma providência.e a secretária dis que é falta de materia prima é uma mentira pois tosdas as farmácias essa medicação, pois tive que comprar, pra não ver a situação do meu irmão piora,ele fica agressivo.tem alguma mentira nesse meio.

Crispiniano de Santana Silva

Está situação precisa ser regularizada o mais rápido possível pois se trata de vidas que depende destes medicamentos essenciais para a manutenção do controle emocional de muitos pacientes em nossa cidade

Marcone Santiago

Cadê o secretário de Saúde ? Já voltou da Europa ? Ninguém falou mais nada na cidade

ROGÉRIO PIRES SANTOS

A reportagem é verdadeira. Tá faltando vários medicamentos nos postos de saúde e nos Caps. UMA VERGONHA até porque o prefeito Colbert Martins É MÉDICO e o bom exemplo deveria começar da parte dele.

Val Pereira

Pois é o meu filho faz uso do depakene e a 4 meses que eu não recebo na UBS um absurdo um verdadeiro descaso joga pra um joga pra outro e ninguém resolve vou na UBS manda ir na outra semana e aí vai e nunca chega..

Alyne

Absurdo, medicamento para doença de Packson, deste Fevereiro deste ano que não tem, e sempre que liga informa que esta em processo de licitação, oito meses sem fornecer o medicamento é uma vergonha.

Fabrício Cabral

Infelizmente está falta de Medicamentos tem afetado a maiorias das pessoas quem precisar nos pessoas com Doença Falciforme estamos nessa mesma situação a mais de 8 meses e até hoje nada da cobertura bota de unna chegar e nem dipirona em gota o município tem desprezado as pessoas com Doenças crônicas tanto as pessoas com doença falciforme como as pessoas com diabetes que precisam dessa cobertura para fazer seus curativos semanal e o pior de tudo que até a justiça do município e ineficaz pq já entramos com ação e não andar fazem vista grosa para nosso sofrimento e lamentável a situação que feira de Santana se encontra em todos os sentidos 8 meses sem medicamento não e oito dias e a resposta deles e só essa que tá em licitação e uma licitação eterna e nada fazem até atadura falta nos curativos e uma vergonha esse gestão do prefeito Colbert Martins