O especialista em patologias orais, o doutor Márcio Campos, divulgou ontem um vídeo informando sobre a suspensão de cirurgias de câncer de cabeça e pescoço há dois meses em Feira de Santana. O assunto repercutiu e em entrevista ao Acorda Cidade hoje (29), ele falou os possíveis motivos que podem ter levado a suspensão e o retrocesso que isto causa a saúde das pessoas.
Ele pontuou que a suspensão não foi comunicada ao Centro de Referência em Lesões Bucais e do Núcleo de Câncer Oral da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), da qual faz parte e que os pacientes estão indo a Salvador realizar o procedimento. Para o doutor, houve a suspensão dos procedimentos porque os valores pagos pela tabela SUS a Santa Casa de Misericórdia, unidade que realiza as cirurgias, estão defasados.
O provedor da Santa Casa de Misericórdia, o médico Rodrigo Matos, também em contato com o Acorda Cidade, explicou que há dificuldades no financiamento das cirurgias e que em 30 de agosto foi encaminhado um ofício para a SMS, solicitando a ampliação e o atendimento de forma integral as cirurgias de cabeça e pescoço, mas até o momento não houve retorno.
O Acorda Cidade procurou a secretária municipal de saúde, Cristiane Campos e ela relatou que foi pega de surpresa com a suspensão dos procedimentos.
Cristiane Campos informou que a secretaria recebeu o documento, porém o mesmo não é claro sobre qual o tipo de apoio a Santa Casa de Misericórdia necessita.
“Não está claro que apoio municipal deseja, se for verba, recurso, tem que demonstrar em termo de quantitativo e valores. Dinheiro público tem que haver um planejamento, um orçamento. Isso é uma assunto que tem que ser tratado com mais cautela, pois são pacientes que não podem ter o tratamento interrompido”, afirmou.
De acordo com ela, os recursos vem para o município através do Ministério da Saúde, mas somente após a realização dos procedimentos.
“A Santa Casa acolhe o paciente através do Unacom, consultas, triagem, exames, encaminha para cirurgia quando há necessidade, e o procedimento é liberado pela Secretaria de Saúde. A Santa Casa realiza o procedimento, informa e depois de realizado o SUS manda o recurso para depois a Santa Casa receber o repasse”, acrescentou.
A secretária afirmou acreditar que a suspensão possa ser revista e que haja um entendimento entre as partes, com a Santa Casa apontando qual é o apoio que necessita.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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