Saúde

Sarna: dermatologista explica como se manifesta a escabiose, doença contagiosa causada por ácaro

O vilão dessa história é o ácaro chamado Sarcoptes Scabiei, parasitário que caminha sobre a pele causando sérias lesões.

Escabiose
Foto: Freepik

Ao olhar das pessoas, a escabiose pode ser uma alergia simples na pele, mas para quem contrai a doença sofre com a coceira e o alto contágio assustador. Recentemente, o Acorda Cidade mostrou o caso de mãe e filha que pediam ajuda para conseguir tratar a doença, que atrapalhou a rotina de toda a família. O vilão dessa história é o ácaro chamado Sarcoptes Scabiei, parasitário que caminha sobre a pele causando lesões.

📲 😎SEJA VIP: Siga nosso canal no WhatsApp e receba conteúdos exclusivos

Pensando em informar melhor a população sobre a doença, o portal Acorda Cidade conversou com a dermatologista Renata Dórea, que trouxe mais detalhes sobre a escabiose.

Renata Dórea - dermatologista
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Escabiose é uma parasitose da pele. Esse ácaro costuma passear pela pele formando pequenos túneis, o que provoca muita coceira. É comum que se cause ferimentos por conta das unhas de quem está coçando. Os locais onde a gente mais vê lesão são as regiões próximas das axilas, abaixo do umbigo, entre os dedos das mãos, abaixo da mama e também na região da virilha. Normalmente a gente percebe pequenas bolinhas, que a gente chama de pápulas e ali a gente consegue encontrar o ácaro”, explicou.

Segundo a dermatologista, o diagnóstico tardio atrapalha o tratamento da doença e pode levar a lesões para todo o corpo, inclusive, levando a escabiose nodular ou a sarna norueguesa, que causa ferimentos em todo o corpo com crostas. 

Em casos avançados da doença, o paciente pode necessitar de internação para cuidar do problema. A especialista ainda explicou que as pessoas podem confundir o diagnóstico e citou alguns outros sintomas para além das lesões na pele, que é o principal acometimento. 

“É comum que não se tenha o diagnóstico adequado. O clínico que não está muito acostumado com essa doença pode confundi-la com outras doenças. A gente vê muito escabiose em criança, em adultos, em pessoas que convivem com aglomerações, creches, hospitais, ou presídios, pessoas que têm contato com muitas outras pessoas. E em crianças é comum que a gente veja até uma perda de peso, dificuldade de sono, muita irritação, justamente pelo fato de se coçar. Imagine que ela se coça o tempo inteiro e não consegue nem ter uma alimentação adequada”. 

O diagnóstico precoce vai ajudar na melhor recuperação do paciente e também evitar a transmissão da doença. 

“É importante salientar que todos os contatos daquele paciente têm que ser tratados. Então, se mora numa casa com cinco pessoas, mesmo que uma das pessoas não esteja com sintomas, não esteja se coçando, é importante fazer o tratamento ao mesmo tempo”.

O tratamento básico é realizado com loções aplicadas sobre a pele. Os cuidados com a higiene de roupas, roupas de cama e toalha são fundamentais para não proliferar mais ácaros e transmitir para as pessoas, por isso que a toalha deve sempre ser um utensílio pessoal.

“É importante trocar as roupas, lavar, passar ferro direitinho para quebrar esse ciclo de contaminação”, explicou a dermatologista Renata Dórea. 

Em caso de diagnóstico, a doutora também alerta para o uso de hidratantes que, segundo ela, não servem como medicação e que podem atrasar o tratamento. 

“O indivíduo pode ter uma melhora falsa e depois vem uma piora maior. Então, é importante sempre ter um diagnóstico correto para instituir o tratamento adequado. O tratamento costuma ser simples, ele é feito em casa com a medicação. A pessoa passa a noite na maioria das vezes com o creme, de manhã toma banho para retirar. Tem a medicação oral, em alguns casos. O que dá mais trabalho é esse cuidado com as roupas que devem ser trocadas”. 

Ainda segundo Renata Dórea, a doença é endêmica e está sempre registrando casos em diversas regiões, inclusive, em Feira de Santana. Como o ácaro se alimenta e se reproduz na pele humana, manter a higiene pessoal e do ambiente é imprescindível para não desenvolver a doença. 

Vale ressaltar que animais domésticos, como gato e cachorro, não transmitem escabiose humana, do ácaro Sarcoptes Scabiei variedade hominis. 

A dermatologista ainda deu dicas para os cuidados e frisou que em qualquer época do ano, seja nas estações frias ou quentes, é preciso cuidar da pele. 

“No tempo mais frio, a gente percebe que a pele costuma ficar mais seca, ressecada, seja pelo próprio clima, seja pelos banhos mais quentes que se toma, porque resseca muito mais a pele. Então, é importante ter o cuidado de hidratação. Utilizar o hidratante de forma adequada e beber bastante líquido”. 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Leia também: Mãe e filha com escabiose, doença altamente contagiosa, pedem ajuda para realizarem tratamento

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários