As festas de fim de ano, as férias e o verão são uma combinação perfeita para momentos de confraternização, celebração e lazer, mas também podem aumentar o risco de disseminação de viroses, como gripes, resfriados e a covid-19, devido à maior circulação de pessoas, aglomerações e viagens.
A médica infectologista Melissa Falcão, em entrevista ao Acorda Cidade, destacou que a disseminação dos vírus ocorre principalmente em ambientes fechados.
“A chance de transmissão das viroses respiratórias, que são transmitidas por vias respiratórias, através de gotículas, saliva, tosse, espirro, contato com secreções, aumenta muito por conta desse contato e da aglomeração das pessoas no ambiente. Esse aumento não é apenas com a gripe, que é a influenza, e nem com a covid. São diversos vírus respiratórios que circulam e que também podem ser transmitidos”, afirmou.
De acordo com a médica, após a infecção por um vírus respiratório, a intensidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem não ter sintomas, outras podem ter sintomas leves, moderados, ou graves, necessitando até de internamento em UTI.
“O principal sintoma das viroses respiratórias é febre, mas pode ocorrer sem febre também. Calafrios, tosse, cansaço, dores no corpo, diminuição do apetite, dor de cabeça. Podem aparecer sintomas respiratórios, como dor de garganta, congestão nasal, nariz entupido, coriza. Assim podemos diferenciar as viroses respiratórias das não respiratórias”, explicou.
O período de incubação, que é o tempo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas, também pode variar, conforme explicou a médica ao Acorda Cidade.
“Pode ser um dia ou, em alguns casos, até 14 dias. Muitas vezes vamos a uma festa com grande quantidade de pessoas e, no dia seguinte ou dois dias depois, já começamos a ter sintomas e percebemos que adquirimos a infecção. É importante ficar atento até cerca de 10 dias, especialmente se tiver contato com pessoas imunocomprometidas, que podem ter agravamento ao adquirir a infecção”, alertou.
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A principal maneira de controlar os vírus respiratórios, de acordo com Melissa Falcão, continua sendo evitar aglomerações, principalmente em locais fechados.
“Se você tem sintomas respiratórios, evite espirrar nas mãos e depois tocar em maçanetas ou superfícies. Lave as mãos com frequência e use álcool gel. O uso de máscara não é mais obrigatório para a comunidade em geral, mas as pessoas com sintomas respiratórios devem usá-la para evitar a transmissão, especialmente durante o período febril, quando a transmissão é mais intensa devido à maior presença do vírus no organismo”, explicou.
Para o fortalecimento do sistema imunológico, a melhor estratégia é adotar hábitos saudáveis, como boa alimentação, boas noites de sono e prática de atividade física. Melissa destaca que ter um estilo de vida saudável ajuda o corpo a se proteger melhor contra o vírus. A médica também reforça a importância das vacinas para manter o organismo protegido dos vírus.
“As vacinas continuam disponíveis. Houve uma atualização recente no calendário de vacina da covid pelo Ministério da Saúde. Inclui uma dose a cada gravidez para gestantes, uma dose a cada seis meses para idosos, e continua disponível para crianças e pessoas com comorbidades, profissionais de saúde e indígenas. A vacina da gripe, com campanhas anuais no início do ano, deve ser tomada para proteger contra a maior incidência de vírus”, afirmou.
A médica orienta ainda que, sempre que as pessoas apresentem sintomas de infecção respiratória, façam o teste para identificar qual vírus está presente. Além disso, devem procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. Em caso de febre ou qualquer dificuldade de respirar, a pessoa deve ir imediatamente à unidade de saúde.
“Qualquer vírus respiratório tem potencial para causar gravidade, mesmo que em uma pequena porcentagem de pessoas. E mesmo que não cause gravidade na infecção adquirida pela pessoa, a gripe incomoda. Ela nos deixa debilitados, indispostos, atrapalha nosso dia a dia e, principalmente, temos o risco de transmitir para outra pessoa que pode acabar tendo complicações”, salientou.
Tratamento
Quanto ao tratamento, Melissa destacou que ele é sintomático na maioria das vezes, ou seja, utilizam-se medicamentos para aliviar os sintomas que a pessoa está sentindo. Mas ela alerta que existem grupos específicos que precisam de mais atenção. “Pessoas idosas, grávidas ou com doenças associadas precisam tratar com medicamentos específicos”.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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