Dia Mundial do Glaucoma

Realizar acompanhamento médico é fundamental para amenizar danos do glaucoma, ressalta oftalmologista  

A deformação do nervo óptico é a principal causa que leva à cegueira no país.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), cerca de 2 milhões de pessoas com mais de 40 anos podem ser afetadas pela enfermidade. A deformação do nervo óptico é a principal causa que leva à cegueira no país. Neste 12 de março, a data mundial reforça a importância do acompanhamento oftalmológico para prevenir os danos avassaladores que é ter o diagnóstico tardiamente. 

Em entrevista ao Acorda Cidade, o médico oftalmologista Amilton Sampaio explicou que esse nervo óptico é aquele presente no fundo do olho e que o glaucoma é a degeneração das células dele. Ele trouxe mais informações acerca da doença para gerar conscientização sobre seus impactos na saúde. 

Oftalmologia
Amilton Sampaio | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O tipo mais comum é o glaucoma chamado glaucoma primário de ângulo aberto. Uma doença silenciosa que muitas vezes o paciente nem sabe que tem. No início, principalmente a maioria das pessoas, não tem nenhum sintoma, não vai sentir nada. Mas o que o glaucoma causa é uma perda do campo visual. Ele perde primeiro a visão periférica e, com a progressão da doença, ela vai atingir a visão central”, explicou. 

Por isso, muitos pacientes só descobrem a enfermidade quando já está em um grau avançado, afetando a visão central. Neste caso, uma rotina de cuidados, atenção e acompanhamento é fundamental para qualquer pessoa prevenir a doença. 

“Por exemplo, o paciente está andando, olhando para frente e se bate em algum objeto que está no campo mais periférico. E nesse estágio a doença já está avançada. Nós, oftalmologistas, preconizamos e recomendamos que a população faça exames preventivos, justamente para evitar o diagnóstico nesse estágio mais avançado”. 

Segundo o oftalmologista, o glaucoma pode atingir pessoas de qualquer idade, até mesmo recém-nascidos. São tipificados como congênito, infantil, juvenil e traumático. Entretanto, o mais frequente é o glaucoma crônico, que tem a maior incidência em idosos. 

Além disso, é preciso ficar atento para o principal fator de risco, que é o histórico familiar. Quando algum parente já apresentou a doença. 

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Foto: Rawpixel.com/Freepik

O glaucoma ainda não tem cura, mas tem tratamento e este é fundamental para impedir a cegueira na vida da pessoa diagnosticada.  

“O tratamento não necessariamente vai atingir a cura. Mas vai evitar a progressão da doença, evitar a cegueira. O mais importante realmente é a prevenção. E ela vai se dá através da consulta regular ao médico oftalmologista, onde o médico vai detectar a presença, o risco ou não de desenvolver glaucoma. Naquela simples troca dos óculos, aquele óculos que a gente vai fazer um exame para verificar se precisa atualizar ou não a receita, nesse exame o médico oftalmologista vai fazer uma avaliação não só do grau, como uma avaliação preventiva, pressão, fundo de olho e outros exames que forem necessários justamente para essa prevenção”, afirmou.

O tratamento também pode ser clínico ou cirúrgico. 

“De início, geralmente a gente recomenda o tratamento clínico, à base de colírios. Temos também o tratamento com laser e temos o tratamento cirúrgico tradicional, onde ele vai fazer uma cirurgia para controle da pressão ocular”. 

Ainda segundo o médico Amilton Sampaio, para a doença apresentar sintomas, o grau possivelmente já está bastante avançado. Por exemplo, perceber a alta pressão do olho. Uma simples coceira pode não ser nada ou simplesmente uma alergia, mas se atentar para a visão embaçada, assim como náuseas, lacrimação, sensibilidade, dor nos olhos, podem ser alguns sinais de alerta. Qualquer desconforto ou não, o imprescindível é sempre realizar o acompanhamento médico. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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