Dezembro Laranja

Quanto maior a exposição solar sem proteção, maior a chance de ter câncer de pele, diz médico

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 220 mil novos casos de câncer por ano.

Ambulantes
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No mês marcado pelo início do verão e pela campanha nacional “Dezembro Laranja”, que conscientiza sobre o câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil, dados da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana chamam a atenção.

Em 2023, seis pacientes receberam tratamento de quimioterapia e 11 de radioterapia; em 2024, o número de tratamentos com quimioterapia permaneceu o mesmo, mas os de radioterapia caíram para nove casos.

O oncologista clínico Thiago Kaique Nunes destacou, em entrevista ao Acorda Cidade, os principais tipos de câncer de pele, suas causas, formas de prevenção e tratamento.

Câncer de Pele: três principais tipos

Dr. Thiago explicou que o câncer de pele é causado por uma desordem na proliferação das células cutâneas.

Oncologista
Oncologista – Thiago Kaique | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O câncer de pele vai acontecer nas camadas da pele, então nós temos três tipos principais e, esse câncer, ele se origina por conta de uma desordem da proliferação dessas células, independente da camada da pele que ela está. Então os três tipos principais são: carcinoma basocelular, o CEC, que é o carcinoma espinocelular; e o melanoma”, explicou o especialista.

Entre os três, o melanoma é o mais agressivo. Ele vai ser originado das células melanocíticas, tem uma alta capacidade de disseminação, invade o sistema linfático e sem o tratamento precoce, pode se espalhar para os outros órgãos.

“Então o melanoma é o mais agressivo. Então a gente não pode bobear. As pessoas pensam: ‘Ah, é só um câncer de pele, porque a maioria tem cura, porque na maioria das vezes tem cura, o tratamento é mais com a cirurgia, remove. Mas lembrar que o melanoma é um tumor bastante agressivo e precisa dessa atenção”.

Câncer de Pele
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 220 mil novos casos de câncer por ano, sendo cerca de 4% melanomas, que, apesar de raros, representam 85% das mortes por câncer de pele.

Causas e Fatores de Risco

Ambulante
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A exposição solar é o principal fator de risco, como destacou o médico. Outras predisposições também podem aumentar o risco do surgimento da doença. Vale destacar que este tipo de câncer não é transmissível.

“A principal causa é a exposição solar, seja pela exposição à luz UV, às câmaras de bronzeamento também. Então essa exposição, quando a gente não faz um uso adequado de filtro solar, ela vai danificando as camadas da pele, e isso é um efeito acumulativo. Então quanto mais exposição solar sem proteção, maior a chance de desenvolvimento do câncer de pele”, alertou ao Acorda Cidade.

Pessoas de pele mais clara, fumantes e quem tem contato frequente com substâncias tóxicas correm mais risco de desenvolver câncer de pele e precisam ter mais cuidado. Já as pessoas negras, mesmo com mais melanina na pele, devem ficar atentas ao melanoma acral, um tipo de câncer que pode surgir em qualquer tom de pele.

Esse câncer pode ser mais comum entre negros no Brasil devido à falta de informação e dificuldade de acesso à saúde básica. Entenda mais sobre o assunto aqui.

Sinais de alerta e diagnóstico

Segundo Thiago, o câncer de pele apresenta sinais característicos. Por isso, é importante ficar atento aos sinais de manchas, pintas ou qualquer alteração na pele.

“A lesão vai crescer. Então é uma lesão que ela vai ser com bordas irregulares. Tem uma característica de duas cores ou mais na mesma lesão. Ela pode sangrar. Por isso é importante para aquelas pessoas que têm uma coloração de pele mais clara, os fotótipos tipo l, por exemplo, e os tipos ll, que eles venham fazer acompanhamento regular com dermatologista. Fazer a dermatoscopia para avaliar essas lesões. Então o importante é a gente saber que quando surge uma lesão nova no corpo é procurar o médico para avaliar essa lesão”.

câncer de pele
Foto: Freepik

Tratamento

O tratamento depende do estágio da doença, como explicou o oncologista. “O estadiamento é o nível que a doença se encontra. Mas exemplificamos de uma forma geral: o tratamento pode ser feito pela remoção cirúrgica, em alguns casos pode ser indicado a radioterapia e outros também a quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo”.

Em Feira de Santana, as opções disponíveis incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “Na rede pública a gente não tem acesso a algumas medicações como imunoterapia, terapia-alvo, mas nós temos aí aqui a rádio para poder estar fazendo juntamente com a cirurgia”.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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