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Não somos mais os mesmos, e nem seremos. A pandemia do novo coronavírus mexeu com a vida da população em todo o mundo. Novos hábitos foram agregados às tarefas mais simples do dia a dia. As relações entre as pessoas também mudaram. Enfrentar essas mudanças e se adaptar ao ‘novo normal’, mexe com as emoções e pode desencadear várias crises na vida das pessoas.
De acordo com a psicóloga Larissa Mariana, uma crise é o estado de desorganização produzido pelo impacto de uma situação que altera a vida, que excede a capacidade natural dos indivíduos para lidar com problemas. Essas crises podem ocorrer em diversos setores da vida como o conjugal, pessoal, familiar, financeiro e até comunitário.
“O mundo inteiro está com a vida transformada. As crises surgem em momentos dolorosos e trazem efeitos como incredulidade, dificuldade para pensar, dificuldade para focar, tendência à dispersão, além de dificuldade para tomar decisões”, afirma.
Nesta quinta-feira (27) é comemorado o Dia do Psicólogo e a data relembra a importância de cuidar da saúde mental durante a pandemia. Larissa Mariana lembra que é preciso recursos para lidar com as perdas enfrentadas e destaca o trabalho desse profissional, que contribui com as pessoas para lidar com os lutos advindos desse momento histórico de crise.
“A Psicologia é a ciência que estuda e oferece recursos para lidar com crises, e desenvolver consciência a partir delas. É importante lembrar que o luto não é uma doença. É uma reação esperada diante de qualquer perda. Estamos lidando com lutos atípicos na pandemia, e a dificuldade de reconhecê-los e nomeá-los gera estranhamento, angústia, desconforto e desorganização emocional, repercutindo na vida e nas relações”.
Segundo ela, a atuação do Psicólogo vai desde incentivar a buscar rede de apoio, estabelecer um foco nesse momento e estimular os recursos já existentes para lidar com prioridades.
“A Psicoterapia tem o papel de resgatar sonhos possíveis nesse momento em que nossas certezas foram colocadas em cheque, e o nosso trabalho é construir resiliência diante da vida. Fomos convocados a deixar morrer uma parte da gente e é extremamente importante não minimizar nenhuma perda. O julgamento não acolhe a experiência que é individual. Toda experiência precisa ser respeitada. A negação e o desrespeito da dor e da perda gera ainda mais sofrimento”, destacou a psicóloga.
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