Saúde

Programa que atende crianças com problemas respiratórios em Feira de Santana registra aumento na demanda

Pneumopediatra destaca que é importante manter ambientes sempre limpos, para evitar a evolução do quadro alérgico e sempre que for usar roupas 'de inverno', é necessário lavá-las ou expor ao sol antes do uso.

Gabriel Gonçalves e Ney Silva

Com a mudança constante do clima nos últimos dias com calor, frio e chuva, está aumentando a incidência de doenças e problemas respiratórios, principalmente em crianças, e a procura pelo Programa de Controle da Asma e da Rinite Alérgica (ProAR), em Feira de Santana, que realiza o atendimento ao público no Centro de Saúde Especializada (CSE), localizado na Rua Geminiano Costa, centro da cidade.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a pneumopediatra Rosa Argentina, informou que a unidade está com bastante demanda e explicou que os pais devem evitar deixar as crianças por muito tempo dentro de casa.

"Existe uma necessidade de os pais não deixarem as crianças muito confinadas dentro de casa, pelo simples motivo da casa estar fechada, e isso ajuda na proliferação de fungos, de bactérias, do vírus e que venham a piorar a situação desta criança. Esses pequenos precisam estar bem alimentados, precisam ter uma boa hidratação e ter os cuidados com o meio ambiente, sabendo que as mudanças climáticas prejudicam principalmente aqueles que possuem rinite alérgica, aqueles que são asmáticos e que têm algum outro tipo de problema alérgico", explicou.

Neste período do ano, a pneumopediatra explicou as principais queixas. "As principais doenças que acometem as crianças, principalmente neste período do ano, são as gripes e resfriados e no ano passado por conta da Covid-19, os pais procuraram muito os atendimentos por medo do vírus, mas é uma renite atacada, que depois pode surgir a laringite, inflamação na garganta, e se não tratar uma rinite, isso pode evoluir para uma sinusite, bronquites e até pneumonia", alertou.

De acordo com a pneumopediatra, é importante que ambientes sejam sempre limpos, como forma de evitar a evolução do quadro alérgico e destacou que sempre que for usar roupas 'de inverno', que possam ser lavadas ou que fiquem no sol, antes do uso.

"Os ácaros e mofos prejudicam o quadro alérgico dessas crianças e o ideal é que esses ambientes sejam limpos a todo momento. As mães precisam passar pano molhado na casa, trocar a roupa de cama, evitar pegar roupas guardadas por muito tempo que são utilizadas apenas no inverno, pois ali, elas estão armazenando fungos e ácaros. A recomendação é que antes de usar, essas roupas sejam lavadas ou fiquem expostas ao sol", orientou a me´dica em entrevista ao Acorda Cidade.

O atendimento realizado pelo ProAr precisa ser regulado pela secretaria municipal de Saúde. De acordo com a pneumopediatra Rosa Argentina, os pais devem procurar o atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, para que as crianças sejam encaminhadas para o Programa.

"Os pais devem procurar a UBS do bairro e o pediatra, enfermeiro ou clínico geral encaminha para a secretaria de saúde com pedido para o Pro Ar infantil e através da Central de Regulação, esses novos pacientes chegam aqui. Após o início desse Programa os internamentos caíram muito e atualmente eu tenho mais de cinco mil pacientes na pediatria, fora o setor de adulto. Nesta época do ano, as crianças ficam bem controladas", explicou.

Ainda segundo a especialista, o atendimento era 'porta aberta', mas devido a alta demanda, precisou utilizar a Central de Regulação da secretaria de Saúde. Ainda de acordo com Rosa Argentina, a partir dos 15 anos de idade, o atendimento passa a ser através do pneumo adulto.

"Logo no início do nosso Programa, esse atendimento era espontâneo, os pacientes nos procuravam aqui, porém a demanda foi ficando grande, até que a secretaria preferiu fazer a regulação. Eu como pediatra, atendo até os 14 anos de idade, a partir dos 15 anos, esse paciente é encaminhado para o pneumo adulto e hoje nós temos dois profissionais, que são a Dra. Manuela e Dr. Ivan", concluiu.
 

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