Feira de Santana

Profissionais da saúde paralisam atividades e fazem manifestação contra falta de pagamentos

Os funcionários se dirigiram até a sede do escritório da empresa Imaps, onde não foram recebidos.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Atualizada às 11h55

Enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e outros profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Feira de Santana paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (27).

Os profissionais se dirigiram até a sede da empresa Imaps, que fica localizada em um hotel no centro da cidade, mas foram impedidos de ter acesso ao local.

Em entrevista ao Acorda Cidade, uma das funcionárias, que não quis se identificar, informou que a empresa ainda não pagou as parcelas referentes ao 13º salário, além de sempre atrasar os pagamentos mensais.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Até agora, nós não recebemos sequer a primeira parcela do 13º salário, sendo que a primeira parcela era para ser depositada até dia 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. Olhamos no Portal da Transparência e constatamos que a prefeitura já fez o repasse para a empresa, um valor altíssimo e a empresa não pagou ninguém. Todos os meses a história se repete, eles não nos pagam na data correta, que é o 5º dia útil do mês. Lembro que no São João, por exemplo, nós não recebemos na data correta. Estamos aqui na recepção do hotel, o escritório fica no 4º andar e não deixaram a gente subir e ninguém aparece para nos dar uma explicação”, contou.

Outra funcionária também contou à reportagem do Acorda Cidade sobre as dificuldades que tem passado em casa.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Matrícula dos filhos sem pagar, conta da Coelba, Embasa, conta de telefone, internet, tudo sem pagar porque não tenho dinheiro. Nós trabalhamos na área da saúde, mas eles não estão se preocupando com a nossa saúde mental. Não está adiantando o prefeito dizer que vai ter multa, porque não estamos vendo nada acontecer. Estamos sendo coagidos até mesmo por alguns colegas, somos filmados, tiram fotos, muitos coordenadores ficam dizendo que não é para cruzar os braços, mas não tem como”, contou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O Acorda Cidade também tentou contato com a empresa Imaps, mas não houve nenhum retorno.

Após diversas tentativas, o diretor da empresa Imaps se reuniu com representantes da manifestação.

Ao Acorda Cidade, um dos funcionários, que não quis se identificar, informou que a prefeitura não fez o repasse para a empresa, segundo o diretor.

“Nós tivemos acesso ao diretor da Imaps, eles afirmaram que não houve repasse por parte da prefeitura, e hoje o prefeito concedeu entrevista em uma emissora de rádio afirmando que o pagamento já tinha sido efetuado. A gente fica sem saber qual é a verdade, se pagou ou se não pagou. O fato é que continuamos com os atendimentos parados enquanto não houver pagamento, e ainda segundo o próprio diretor, uma nota será divulgada para que tudo seja esclarecido do ponto de vista deles, porque pelo que a gente já sabe, é que existem pagamentos lá no Portal da Transparência”, informou.

Sem negociação, os funcionários deixaram a sede do escritório e irão permanecer sem trabalhar.

“É muito complicado uma pessoa trabalhar tanto e no final do mês não ter o que comer, não ter como pagar as contas porque não teve o salário depositado. Final de ano é um período de comunhão, aconchego com a família e, sem dinheiro, como é que a gente se reúne com as pessoas? Infelizmente, não sabemos quem está falando a verdade, se realmente a empresa não recebeu ou se acredita no que o prefeito disse que já pagou. Estamos saindo aqui do prédio, mas não iremos voltar com os atendimentos”, disse.

O Acorda Cidade entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, que enviou o seguinte retorno:

Referente à manifestação dos trabalhadores de saúde reivindicando o pagamento do décimo terceiro salário, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que, somente em dezembro, fez um repasse de R$ 12.450.028,00 para a empresa IMAPS para quitar os salários destes profissionais.

Vale destacar que as empresas prestadoras de serviço devem possuir dinheiro em caixa para manter com regularidade os compromissos com os funcionários, incluindo o décimo terceiro, que não depende do repasse da administração pública, conforme consta no contrato.

A Secretaria Municipal de Saúde vai notificar a empresa para que seja cumprido o contrato em vigor e que os trabalhadores recebam o décimo terceiro salário.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
4 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários