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A diretora do Instituto Couto Maia, Ceuci Nunes, falou nesta terça-feira (23) sobre o caso da enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, que foi a primeira pessoa a ser vacinada na Bahia contra o coronavírus e está internada após contrair a doença. Ela explicou que a profissional de saúde começou a observar os sintomas três dias antes de receber a segunda dose e esclareceu que o caso não tem nada a ver com reação adversa à vacina.
A infectologista disse que a proteção maior ocorre após a aplicação da segunda dose e enfatizou que não existe a possibilidade de nenhuma das vacinas que estão sendo aplicadas na população causar a doença.
“Aconteceu isso, mas assim, isso não é uma coisa excepcional. O que sabemos é que a vacina, a proposta, é de duas doses e a proteção maior da vacina vai ocorrer cerca de 20 dias após da segunda dose e não da primeira dose. Três dias antes da segunda dose, ela começou a se sentir mal, depois teve febre e depois foi avaliada duas vezes no hospital e resolvemos internar para fazer uma observação mais de perto porque ela precisou usar oxigênio. Mas não tem nada a ver com reação adversa da vacina, ela ainda não estava protegida porque a primeira dose sozinha não protege. Ela adquiriu o vírus e desenvolveu a doença, não é um efeito adverso da vacina, mas ela está bem”, explicou.
Ceuci Nunes também explicou que as vacinas são comprovadamente eficazes para evitar os casos graves da covid-19, mas que ainda não existe confirmação de que possam evitar que as pessoas contraiam a forma leve do coronavírus. Ela ressaltou que, por isso, mesmo as pessoas vacinadas devem seguir usando máscara e mantendo o distanciamento social, até que pelo menos 60% da população brasileira esteja imunizada.
“Eu queria dizer duas coisas. A primeira coisa é que nenhuma das vacinas de covid-19 que estão sendo utilizadas é de vírus atenuado, um vírus enfraquecido, todas são de partículas virais ou de vírus morto, inativado. Então a vacina não tem possibilidade de causar a doença, essa é a primeira coisa que queria falar. A segunda coisa é que a vacina protege muito bem de formas graves e reduz hospitalização, isso é o que todos os estudos mostram, mas não sabemos se ela é capaz de evitar a infecção, então eu posso está vacinada, me infectar, não adoecer e transmitir, isso ainda está sendo investigado. Por isso que mesmo as pessoas vacinadas precisam utilizar a proteção, que é a máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social. Só vamos poder nos livrar disso quando vacinarmos de 60 a 70% da população e essa perspectiva para o Brasil está longe de acontecer então todas as precauções devem ser mantidas”, afirmou.