Motorista aposentado, Astrogildo Alberto Silva, 66 anos de idade, realiza a última sessão de radioterapia nesta quarta-feira (30), na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) de Feira de Santana.
Ao Acorda Cidade, ele contou que descobriu o câncer de próstata há cerca de cinco meses durante a realização de alguns exames. Natural da cidade Ribeira do Pombal, o aposentado precisou mudar a rotina de vida.
“Eu descobri o câncer já tem uns cinco meses. Minha filha me levou para fazer alguns exames periódicos e nestes exames constatou que eu estava com a próstata alterada. Fiz vários exames lá em Ribeira do Pombal, mas aí me encaminharam para que fosse feito o tratamento aqui na Unacon de Feira de Santana. Quem tem sabe que é uma doença silenciosa, eu não tive sintomas; uma doença calma que se manifesta aos poucos. Graças a Deus, eu sou muito bem tratado aqui na Unacon, tanto pelos médicos, quando lá na AAPC onde eu fico”, disse.
O aposentado contou que foi necessário realizar 38 sessões de radioterapia, e dentro do tratamento, sentiu alguns ressecamentos.
“Eu precisei fazer 38 sessões de radioterapia. Hoje mesmo estou realizando a minha última sessão aqui. Estou me sentindo bem, não tenho sintomas, só que às vezes eu sinto um ressecamento, mas é por conta do tratamento, que é periódico. Uma coisa eu posso dizer aos homens, principalmente estes com mais de 50 anos: se cuidem, procurem o médico, façam os exames de prevenção, que a gente precisa fazer todo ano, e essa coisa de não querer fazer é besteira, uma bobagem, porque precisamos cuidar da nossa saúde”, afirmou.
Ao Acorda Cidade, o médico radio-oncologista da Unacon, Gustavo Mota, explicou como o câncer pode ser desenvolvido no corpo humano.
“Estamos ainda neste mês de novembro com a campanha do Novembro Azul, tão importante para a gente alertar a população masculina de ter os cuidados, sempre ir ao médico, fazer o exame de PSA e fazer o toque. O câncer de próstata é a confluência de células tumorais que se alojam ali, se desenvolvem ali na próstata e começam a crescer e formam o câncer, que é um tumor. Células diferentes daquelas normais, a gente também chama de células indiferenciadas porque não cumprem a função normal da próstata, e por isso que se formam os tumores ali dentro, podendo trazer consequências para a vida da pessoa, por isso é importante ter um diagnóstico precoce”, explicou.
De acordo com o médico, o câncer mais comum é o adenocarcinoma, que pode ser traiçoeiro, pois não apresenta nenhum sintoma.
“O tipo de câncer de próstata mais comum, e eu diria que 90% da população tem, é o adenocarcinoma, é nele que a gente direciona os nossos principais tratamentos. Ele é um pouco traiçoeiro porque no começo ele não traz nenhum sintoma, por isso a importância da gente ter campanhas, como forma de alerta para a gente ter um diagnóstico precoce. O homem não sente nada no início, ele pode ter um toque alterado, porém muitas vezes ele não sente nada, ele só vai sentir sintomas em consequência do câncer quando a doença já está avançada, já adiantada, então quando a doença está assim, pode ter um sangramento na uretra ou no reto”, afirmou.
O médico Gustavo Mota aproveitou para fazer um alerta aos homens que possuem familiares de primeiro grau com câncer de próstata.
“Geralmente os pacientes mais comuns com câncer de próstata estão na fase entre os 60 e os 70 anos, mas se você tem um parente de primeiro grau, é importante ter este cuidado a partir dos 45 anos. Caso não tenha parentes, esse acompanhamento com um urologista pode ser feito a partir dos 50, realizando exames de PSA e do toque. É importante que se diga isso o tempo inteiro, porque quando o diagnóstico é precoce, a possibilidade de cura é muito maior”, destacou.
Questionado sobre a vida sexual do homem durante e pós-tratamento, o médico explicou sobre as consequências.
“Por conta dos tratamentos realizados, existe essa influência na sexualidade do homem e que afeta o desempenho sexual. Então o paciente precisa ter ciência desse efeito colateral. Mas existem tratamentos em que os homens não são afetados. A gente sabe que estamos tratando de câncer e por ser uma doença complexa, o tratamento não é curto, é uma doença de alta complexidade e que leva este tempo para recuperação. Existem casos que levam dois meses. O novembro azul foi criado para alertar, criar este movimento na sociedade, mas o tratamento deve ser realizado em qualquer momento do ano. O homem pode procurar o urologista, fazer os exames do toque e do PSA, que são exames de prevenção, e isso muda completamente as chances de cura”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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