A perda de memória pode afetar pessoas de diferentes idades, incluindo jovens, devido ao estilo de vida moderno e às pressões acadêmicas e sociais. Quais são os fatores que influenciam a memória ao longo da vida?
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Segundo a profa. dra. Thais Bento, docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) e parceira científica do Supera – Ginástica para o Cérebro, estudos científicos indicam que adolescentes e jovens têm tido redução de estímulos intelectuais em sua rotina, como menor interesse em leituras, redução da prática de escrita manual, interesse reduzido em atividades que promovam melhorias comportamentais e maior interesse em potencializar técnicas para seu futuro profissional, assim como uma ênfase em cursos de curta duração e em sua maioria na vertente tecnológica.
“Cursos longos e tradicionais sinalizam muitas vezes perda de tempo. Vivemos em um mundo em que as gerações têm tido pressa, muitas vezes pela facilidade e rapidez com que têm acesso às informações por meio dos recursos tecnológicos, o que cria uma zona de conforto, em especial para desafios mais robustos, impactando assim no desempenho de memória e outras habilidades mentais que ficam mais lentas e flutuantes, gerando muitas vezes queixas e uma autopercepção negativa de suas potencialidades”, explica.
Thais reforça ainda que o estresse e a ansiedade são fatores significativos que podem impactar a memória. “A vida contemporânea traz uma série de desafios, como a pressão para se destacar academicamente e manter uma presença ativa nas redes sociais. Estudos demonstram que altos níveis de estresse e ansiedade podem prejudicar a capacidade de concentração e, consequentemente, a memória”, explica.
Ela conta que o sono desempenha um papel essencial na consolidação da memória. “Durante o sono, o cérebro processa e armazena informações adquiridas ao longo do dia. A privação de sono, comum entre jovens devido a estudos, trabalho e uso de dispositivos eletrônicos, compromete essa função, resultando em lapsos de memória.”
Thais ressalta que o uso excessivo de tecnologia, especialmente antes de dormir, pode interferir nos padrões de sono e na capacidade de concentração. “A sobrecarga de informações e a constante estimulação das telas podem dificultar a retenção de informações e afetar negativamente a memória”, diz.
Estratégias para Melhorar a Memória (Unicef, 2021)
Redução do Estresse
Participar de atividades que promovem o relaxamento, como meditação, yoga e exercícios físicos, pode ajudar a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. Técnicas de gerenciamento do estresse são eficazes não apenas para a saúde mental, mas também para a melhora da memória.
Manutenção de uma Boa Higiene do Sono
Estabelecer uma rotina de sono regular é importante. Ir para a cama e acordar nos mesmos horários todos os dias ajuda a regular o relógio biológico e melhora a qualidade do sono, permitindo que o cérebro desempenhe suas funções de consolidação da memória de maneira eficaz.
Uso Moderado da Tecnologia
Limitar o tempo de tela, especialmente antes de dormir, pode melhorar tanto a qualidade do sono quanto a capacidade de atenção. Dedicar tempo a atividades offline, como ler, desenhar ou praticar esportes, contribui para uma melhor saúde cognitiva e memória.
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