Gabriel Gonçalves
Neste mês de outubro, durante a campanha Outubro Rosa, os Centros de Saúde estão intensificando os atendimentos dando a oportunidade das mulheres realizarem os exames.
Com a expectativa de realizar até 130 exames por dia, a demanda pelo atendimento no Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh) em Feira de Santana, está ultrapassando o limite disponível, fazendo com que muitas pacientes retornem para casa, sem realizar o exame da mamografia.
É o caso de Grece Pimentel que não conseguiu uma senha para realizar o atendimento.
Ao Acorda Cidade, ela informou que por volta das 7h15, todas as senhas já tinham sido distribuídas.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Muitas pessoas estavam hoje aqui na fila, as senhas começam a ser distribuídas às 7h, mas quando foi 7h15, já não tinha mais. A divulgação que estão fazendo é que são cerca de 120 à 130 senhas entregues por dia, mas a gente ficou sabendo também que 80, são destinadas para as pessoas que já estão agendadas pelos postos dos bairros. Uma senhora me disse que já veio cerca de quatro vezes e não consegue pegar a senha, muita gente madrugando na fila, chegando 4h, 5h da manhã e mesmo assim, sai daqui sem fazer o exame. Acredito que pelo menos agora no mês de outubro onde é realizada a campanha, deveria suspender os agendamentos e focar nos exames que as pessoas estão vindo em busca", disse.
De acordo com Grece, hoje foi a primeira vez que esteve na unidade para tentar realizar o exame, mas por conta da quantidade de pessoas que já estavam na fila, não conseguiu.
"Quando eu cheguei aqui, a fila já estava próximo lá da saída do Terminal Central, acredito que tinha de 200 a 300 pessoas já aguardando. Assim que começou a distribuir as senhas, esgotaram e fiquei sem o atendimento. Nesse ano, hoje é a primeira vez que estou vindo, mas acredito que deveriam expandir mais a realização dos exames para que as mulheres tivessem a oportunidade de fazer em outro local", afirmou.
Segundo a coordenadora do Ceparh, Natália Oliveira, após a divulgação através das redes sociais e pela imprensa, a procura pelo atendimento aumentou bastante, fazendo com que muitas pessoas se deslocassem até à unidade.
"Foi foi comunicado anteriormente, nós tínhamos vagas sobrando, porém depois das divulgações que foram feitas pela imprensa, pelas redes sociais, tivemos um grande aumento em nosso atendimento, conseguindo realizar os 130 atendimentos por dia. Mas nós temos vários fatores que fazem parte disso, como a questão da locomoção das pessoas, nossa unidade é aqui próximo do Terminal Central, nós distribuímos as guias das pacientes e os resultados são entregues de imediato, porque nós temos mastologista todos os dias e os laudos são entregues após o exame feito. Infelizmente nós estamos tendo uma quantidade de pacientes maior do que a nossa oferta, e o que estamos sugerindo a estas pacientes, é que elas possam se deslocar até às unidades de saúde do seu bairro ou na Central de Marcação para fazer esses agendamentos. Estamos distribuindo todas as fichas, e a depender do número de atendimento daquele dia, podemos sim, estender pelo turno da tarde e até da noite", avaliou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Questionada se a campanha pode ser prorrogada, Natália informou à reportagem do Acorda Cidade que esta decisão cabe à Secretaria de Saúde, mas destacou que independente de prorrogação, mecanismos devem ser feitos para que a população não seja prejudicada.
"Com relação a essa questão de prorrogação, eu ainda não sei informar, pois cabe à Secretaria de Saúde, mas existe essa necessidade e a unidade estará pronta para atender todas as pacientes, se prorrogar ou não, que pelo menos favoreça de alguma forma nessa agilidade na questão do atendimento e que não fiquem prejudicadas. Entendemos as dificuldades das pacientes em realizar os agendamentos, pessoas impossibilitadas que não possuem condições de chegar até à unidade, por isso que sugerimos essa possibilidade em que os agendamentos sejam feitos nos postos de bairros", concluiu.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Fundação Hospitalar de Feira de Santana, no sentido de obter mais informações com relação à esta superlotação da procura pelo atendimento.
Até o fechamento desta matéria, ainda não obteve nenhum retorno.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade