Rachel Pinto
Na manhã desta sexta-feira (7), familiares de pacientes que estão internados no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) aguardando por cirurgias procuraram a reportagem do Acorda Cidade e contaram sobre a demora em fazer os procedimentos, assim como a angústia, o sofrimento, além da preocupação de os pacientes agravarem o estado de saúde.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Muitos pacientes estão internados há meses na unidade hospitalar e esperam principalmente por cirurgias ortopédicas e cardíacas.
Mariete Reis relatou sobre o drama que está enfrentando com a mãe internada no HGCA. Segundo ela, a paciente Bernadete Reis de Oliveira já está há 30 dias esperando para fazer uma cirurgia no fêmur. A família já conversou com a diretoria do hospital e já acionou na ouvidoria do HGCA a promotoria pública. O próximo passo será passar o caso para o estatuto do idoso, para que alguma providência seja tomada.
“Enfrentamos todas as dificuldades. Tem pessoas que já vão fazer seis meses aqui. O hospital diz que falta material, mas eu não quero que continue desse jeito. Eu quero uma solução. As pessoas estão necessitando de uma cirurgia e acabam adquirindo outros problemas de saúde. Já morreram oito senhorinhas que aguardavam por cirurgias. É um absurdo, um descaso”, desabafou.
Adriana Ferreira também comentou sobre o caso da irmã, que está internada no hospital com problemas renais. Ela encontra-se no HGCA há dois meses e necessita de um exame especializado que pode definir se será encaminhada para Salvador ou não. Adriana falou ainda sobre as dificuldade financeiras que as famílias enfrentam com deslocamento para irem ao hospital acompanhar os familiares.
“Ela está esperando por um exame. Quarta-feira um médico passou por ela e nem deu atenção. Temos dificuldade até para acompanhá-la aqui. Tenho dois filhos, um deles é pequeno e, além disso, muitas vezes, não temos nem o dinheiro da passagem para vir ao hospital. Não temos nenhuma resposta. Até os médicos passam e perguntam para ela: 'A senhora ainda está aqui?' É muito sofrimento”, declarou.
Gilvan dos Santos está com a mãe esperando por uma cirurgia no HGCA há seis meses. A paciente aguarda uma cirurgia de fêmur e a família não aguenta mais tanto sofrimento. “Até hoje não resolveu nada. Passamos por muito sofrimento aqui”, acrescentou.
Resposta do hospital
O diretor do HGCA, José Carlos Pitangueira, disse que esse problema da demora em realização de cirurgias deve ser resolvido até o final de julho. O hospital está dialogando com a HTO e o Hospital Ortopédico para que seja realizado um atendimento diferenciado.
“Nós continuamos fazendo as cirurgias e estamos buscando esse diálogo. Esperamos, até o fim do mês, ter notícias promissoras para resolver este problema”, finalizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.