Rachel Pinto
A família do idoso Emílio dos Santos, de 72 anos, morador de Feira de Santana, procurou a reportagem do Acorda Cidade para reclamar que ele que tem doença pulmonar, foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que fica próximo ao Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e mesmo sem ter covid-19, foi regulado para o Hospital de Campanha.
A filha de Emílio contou que ele é portador de enfisema pulmonar, fibrose pulmonar e justamente por isso, antes de levá-lo a UPA, fez um teste de covid-19, para assegurar que ele não estava com o vírus. Segundo ela, ao chegar à unidade, mostrou o exame, o pai recebeu atendimento e em seguida foi transferido para o Hospital de Campanha.
“E eu perguntei por que ele foi pra lá, sendo que o exame deu negativo e não souberam informar. Ele está tendo bom tratamento, está sendo bem cuidado, mas lá não é adequado para a situação dele porque ele não tem covid. Os profissionais fazem videochamada para ele todos os dias. A gente tentou contato com o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), mas não tem vaga”, afirmou
A filha do idoso declarou ainda que ele precisa ser atendido por um pneumologista e desde o dia 19 de março aguarda a transferência.
O diretor do Hospital de Campanha, o médico Franciso Mota, relatou ao Acorda Cidade que está inteirado do caso do paciente Emílio e que entende a ansiedade da família em não querer seu ente querido em um hospital de referência para a covid-19.
Ele frisou que o idoso está em um leito de isolamento, não está tendo contato com outros pacientes com covid-19 e vaga para transferência é pedida diariamente na Central Estadual de Regulação.
“Eu já me envolvi pessoalmente na tentativa de transferir seu Emílio do Hospital de Campanha. Ele de fato não tem covid, fez dois exames que deram negativos, mas ele tinha um quadro clínico sugestivo de covid por conta da doença de base que ele já tem no pulmão. Espero que essa transferência saia o quanto antes, o relatório é atualizado diariamente”, informou.
O Acorda Cidade entrou em contato com a assessoria do HGCA e o hospital disse que não tem nada a ver com o caso do paciente. Segundo a assessoria, a regulação depende da disponibilidade de vaga e da Central Estadual de Regulação.
“A responsabilidade é que o município envie o pneumologista para o paciente ou que atualize o pedido de regulação para algum hospital da rede estadual. Já que feira não tem um hospital municipal”, acrescentou.
A reportagem fez contato com a UPA e a unidade enviou a seguinte nota:
A direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Feira de Santana informa que seguiu com protocolo de suspeita Covid-19, visto o resultado de outros exames e o diagnóstico da equipe médica que constataram o grau de comprometimento do pulmão do paciente Emilio dos Santos, persistindo a insuficiência respiratória aguda. Vale lembrar que a medida foi tomada mesmo com o Teste Antígeno dando negativo.
Sobre o processo de regulação, a unidade de saúde se responsabiliza em comunicar imediatamente à Central Estadual de Regulação da Bahia a necessidade de transferência, para melhor tratamento do paciente, juntamente com o relatório médico e quadro clínico. Já a CER – SESAB tem a responsabilidade de analisar e disponibilizar a vaga no hospital que melhor atenderá o tratamento ao paciente.