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É muito comum alguém falar que está com problemas no intestino por questões emocionais. Mas essa correlação tem algum fundo científico? Existe mesmo uma ligação entre órgãos do corpo humano aparentemente desconectados? A nutricionista e professora da UniFTC de Feira de Santana, Ludmila Costa Albuquerque, assegura que sim e deu uma verdadeira aula na live “Conexão cérebro-intestino: como a Nutrição pode atuar?”, na noite de sexta-feira (15).
“Alguns estudiosos já afirmam que o intestino é um segundo cérebro”, disse Ludmila, lembrando que essa conexão já existe normalmente e se torna ainda mais evidente em situações de estresse, que são comandadas pelo cérebro. Segundo a nutricionista, o sistema nervoso específico do intestino responde de alguma forma a esses quadros sinalizados, geralmente com diarreia ou o efeito contrário.
Durante a explanação e respondendo a questionamentos da mediadora, a jornalista Raisa Rodrigues, bem como dos participantes, Ludmila falou sobre hormônios, que fazem uma gama de órgãos se comunicarem, a exemplo da serotonina, que desperta a sensação do prazer, à dopamina, que eleva o cortisol e estimula a vontade de comer doces. “O organismo fica descompensado e é preciso modular, mexer na dieta”, ensinou.
E como a pauta faz parte do projeto “Todo dia é dia de live”, dentro do Movimento pela Prevenção, a pandemia e seus efeitos no organismo também foram abordados. “O intestino é uma porta de entrada de moléculas”, afirmou Ludmila, que alertou sobre os cuidados com a higienização e a necessidade de priorizar cada vez mais alimentos saudáveis. “Todo dia é dia de intestino”, brincou, ao falar da importância do órgão funcionar normalmente.
De maneira descontraída e objetiva, a nutricionista sugeriu alimentos para garantir a saúde da flora intestinal e até formulou receitas de dieta saudável. “Precisamos fazer o sentido reverso; sempre copiamos os Estados Unidos, mas a nossa natureza é rica e a cereja do bolo é a comida”, observou a nutricionista, que defende um olhar mais completo para o paciente, principalmente nas fases de desequilíbrio hormonal.
No caso específico da mulher, Ludmila destacou que o sofrimento com as mudanças hormonais é ainda maior, porque ocorrem em vários momentos de seu desenvolvimento. Os ciclos, conforme explicou, geralmente acontecem na adolescência, nos períodos da gravidez e do puerpério e na menopausa. “Em todos esses momentos é preciso modular para que o organismo recupere o equilíbrio”, enfatizou.