Laiane Cruz
O coordenador do Núcleo Regional de Saúde (NRS), Edy Gomes, afirmou nesta segunda-feira (24), durante o Programa Jornal da Duas, da Rádio Sociedade News, que Feira de Santana não é alvo de retaliação por parte da Secretaria de Saúde do Estado ou do núcleo acerca do quantitativo de doses recebidas das vacinas contra a Covid-19.
A afirmação veio em resposta às declarações do prefeito Colbert Martins, que alega que o Estado não possui critérios quanto à distribuição dos imunizantes e não tem respeito pelo município.
De acordo com a nota, Alagoinhas, que segundo o IBGE possui 152.327 habitantes, recebeu 7 mil doses da vacina Pfizer, enquanto Feira de Santana, que tem uma população superior a 600 mil habitantes, recebeu 7.350 doses, o equivalente a apenas 1.18% da sua população.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Mas, segundo o coordenador do NRS, as doses recebidas por Alagoinhas se referem à macrorregião e não somente ao município.
“A Sesab recebe as vacinas para todo o estado da Bahia, e a quantidade de doses que sai do Graer, dentro das planilhas, é para as regiões de saúde e não para os municípios. Dentro do nosso estado, são 28 regiões de saúde e dentro delas você tem grupos de municípios, colocados no Plano Diretor de Regionalização (PDR). A região de Feira de Santana tem 22 municípios. O município de Alagoinhas recebe essa quantidade de vacinas e distribui para a região de saúde de Alagoinhas, quase 30 municípios. O município de Feira de Santana recebeu 7.350 mil doses, porque o Núcleo recebeu mais de 24 mil doses”, rechaçou Edy Gomes.
Ele ainda questionou por que essa separação entre o município e o Estado com relação às vacinas. “Eu não sei por que a gestão municipal não quer uma aproximação com o Núcleo Regional de Saúde, que realiza a distribuição e as orientações de todos os imunobiológicos, não é só da vacina contra a Covid. A função de existir o Núcleo Regional Leste é prestar uma assessoria técnica de saúde pública aos municípios, e não sei por que essa separação com essas declarações”, disse.
Para o coordenador do NRS, as declarações do prefeito Colbert Martins são ‘infelizes’, como se ele estivesse fazendo algo ‘criminoso’.
“O que acontece é que o critério que a Secretaria de Saúde do Estado adota não é per capita, não é por população. Existe um grupo que é por habitantes, mas especificamente essa vacina está dentro do PNO, que é o Plano Nacional de Operacionalização, a que o município teve acesso. Eu peço aos gestores que peçam aos técnicos para sentarem com o Estado para se munirem de informações técnicas, e não ficarem fazendo declarações com ameaças, de judicializar, como se alguém estivesse fazendo algo criminoso, errado. Não sou orientado a fazer nenhum tipo de retaliação à cidade que eu moro, nunca tive essa postura. O prefeito é funcionário lotado no Núcleo e sabe a forma que eu trabalho. Então estou decepcionado com essa postura, porque não condiz com minha forma de trabalhar já há dez anos aqui à frente. Isso aí está virando uma seara política, a qual não vou discutir, não vou entrar”, declarou.
Ele salientou que o mesmo critério que é dado a Feira de Santana é dado aos mais de 71 municípios da Bahia. “A gente recebe a tabela pronta e só faz o acondicionamento, a supervisão e a distribuição de todas as vacinas, não somente contra a Covid”, debateu Edy Gomes, acrescentando que, na próxima quarta-feira,(26) devem chegar mais doses das vacinas para Feira de Santana.
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