Recentemente, o Acorda Cidade divulgou uma reportagem com o governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), à respeito das inúmeras reclamações contra o Plano de Saúde dos Servidores Públicos da Bahia (Planserv).
De acordo com o governador, em alguns lugares não há rede consistente de hospitais, então acaba concentrando os atendimentos em um único local, como o caso de Feira de Santana, que recebe a visita de pacientes de muitas cidades circunvizinhas.
Como forma de dirimir as dúvidas da população, o Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News, recebeu na manhã desta quinta-feira (9), a coordenadora-geral do Planserv, Socorro Brito.
Inicialmente, a coordenadora explicou que o Planserv não se trata de um plano de saúde como outro qualquer, gerido pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
“O Planserv na verdade é um patrimônio da Bahia, uma assistência dentro da administração, cuida da saúde dos servidores que aderem ao Planserv, então pensando como uma assistência, o Planserv não é um plano de saúde, tão logo, não tem ligação com a ANS, que é a Agência Nacional de Saúde. Todo aquele hall de procedimentos da assistência da ANS, nós não temos, então existe uma diferença entre nós e o sistema de saúde privado”, enfatizou.
De acordo com Socorro Brito, o Planserv possui dois tipos de polo, ou seja, dois grandes grupos de atendimento.
“O perfil do Planserv é uma assistência onde ele possui dois tipos de polo, mais de 31%, são beneficiários com mais de 60 anos, e 26% são de 0 até 18 anos, inclusive netos. Nenhum plano tem neto, então além dos seus beneficiários, dependentes, agregados, filhos maiores até 24 anos, ele também admite netos, lembrando que nenhum plano admite isso, pois pediatria é cara, então quando se existem dois tipos de polo, pediatria e para os idosos, isso se exacerba, aumenta a autorização dos hospitais, até porque o custeio do Planserv não é pela idade, já os outros planos, quanto maior a idade, maior o valor do plano”, disse.
Ao todo, o Planserv atende cerca de 500 mil beneficiários em todo o estado da Bahia, e somente em Feira de Santana, são 38 mil.
“Nós temos aqui na Bahia, 500 mil beneficiários, ou seja, meio milhão de pessoas. Aqui em Feira de Santana, são 38 mil, e neste mês, nós pagamos R$ 22 milhões aos prestadores daqui de Feira de Santana com os serviços do Planserv”, apontou.
Pagamentos aos prestadores de serviço
Ao Acorda Cidade, a coordenadora-geral do Planserv, Socorro Brito, afirmou que nenhuma prestadora de serviço fica sem receber o devido pagamento.
“O Planserv é um plano de saúde na Bahia que eu conheço aqui no Brasil, que mais paga as contas em dias. Entrou o dinheiro, com 35 dias, nós pagamos o que está contratado, o teto, nós não temos inadimplência”, declarou.
Segundo Socorro Brito, a alta demanda na cidade de Feira de Santana, ocorre pelo fato dos beneficiários buscarem atendimentos em dois hospitais específicos, quando na verdade poderiam ser atendidos em clínicas de baixa complexidade.
“Nós temos atendimento no Hospital Ortopédico, no Rafáh Rede Hospitalar, Hospital Sobaby, Bambinos. São 62 clínicas credenciadas, 19 policlínicas e mais 22 laboratórios de análises clínicas. O recomendado seria que o paciente ao sentir um incômodo, pudesse buscar uma clínica, antes de ir para um ambulatório, para uma emergência hospitalar. Acontece que as pessoas com baixa complexidade acabam ocupando vagas em unidades de alta complexidade, quando na verdade estas vagas seriam para pessoas em sintomas graves”, afirmou.
Aplicativo
Como forma de facilitar a comunicação e acesso às informações, a coordenadora-geral do Planserv, chamou a atenção para as funcionalidades do aplicativo do próprio Planserv, no qual, o beneficiário poderá acompanhar todos os processos.
“O governo do estado está investindo muito na modernização do sistema e dos acessos, o secretário de Administração é muito efetivo nisso, é muito focado em melhorar cada vez mais, os serviços do Planserv. Então hoje nós temos o aplicativo disponíveis em todas as lojas, seja pelo Android ou iOS, tem o site também planserv.ba.gov.br, existe o reconhecimento facial, uma maneira de controle e segurança”, explicou.
Durante a entrevista no Programa, uma ouvinte comentou que tem receio do Planserv deixar de existir. Socorro Brito destacou que não existe questão de sucateamento dentro do plano, inclusive existe um esforço muito grande para que os serviços sejam expandidos cada vez mais.
“Esta sensação é criada pela minoria dos serviços que não são disponíveis, inclusive, para que as pessoas tenham conhecimento, realmente existe dificuldades para encontrar áreas específicas como neuro, cardio, pediatra, mas o que é que acontece? De 2023 para cá, nós fizemos 95 credenciamentos, sendo que 67% foi no interior do estado, porque nós estamos priorizando o interior. Não tinha nada em Porto Seguro, por exemplo, a gente já tem uma clínica, já tem laboratório, ampliamos os prestadores de serviços em Feira de Santana e aqui na cidade, mostra-se que os serviços estão expandindo, não estão encolhendo. O que ainda existe, é a concentração dos serviços em locais de referência, então por exemplo, mensalmente a gente atende 27 mil pessoas aqui em Feira de Santana, sendo que aqui na cidade são 38 mil beneficiários, então não existe esta questão de sucateamento, muito pelo contrário, nós temos um esforço muito grande para expandir isso”, contou.
Questionada sobre as unidades de saúde que afirmam não estarem atendendo pelo Planserv, Socorro Brito explicou que é necessário um aviso formal sobre o descredenciamento com 90 dias de antecedência.
“Estas unidades que estão informando que não estão mais atendendo pelo Planserv, serão advertidas, pois para realizar o descredenciamento, é necessário que haja um aviso formal com 90 dias”, concluiu.
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