Saúde

MP vai instaurar investigação sobre regulação em Feira de Santana

A demora na fila chamou a atenção do Ministério Público.

Gabriel Gonçalves

Atualizada às 20h16

Após o município de Feira de Santana atingir o número de mais de 50 pacientes aguardando na fila de regulação para vaga em hospitais, o Ministério Público iniciará um processo de investigação do tempo de espera.

Ao Acorda Cidade, o promotor de justiça Audo Rodrigues, explicou que estes dados causaram estranheza, na forma como a regulação está sendo conduzida, fazendo com que muitos pacientes aguardem na fila por muito tempo, e que infelizmente, muitos acabam até morrendo.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade (Arquivo) | Promotor Audo Rodrigues

"Estas filas nos causaram uma estranheza da maneira como está sendo conduzida a situação de regulação. Isso fez com que a gente iniciasse um procedimento de investigação aqui em Feira de Santana e neste primeiro momento, eu preciso saber da Central de Regulação, se esta situação é única e exclusivamente de Feira de Santana ou se realmente são fenômenos que estão acontecendo em toda a Bahia de forma geral. Já enviamos um ofício para a Central, mas eles pediram um prazo para nos responder. Durante este intervalo de tempo, a situação já se agravou, e eu já estava para entrar com uma ação contra o estado da Bahia, por conta de um paciente de 28 anos de idade que teve um AVC e aguardava há 20 dias ser regulado. Tivemos uma reunião na última sexta  com a coordenação das policlínicas aqui de Feira, representantes da Sesab e explanei esta situação deste jovem. No sábado ele foi regulado, mas fica o meu questionamento, do motivo dele não ter sido regulado antes", disse.

Ainda de acordo com o promotor, será necessário deslocar parte da investigação para Salvador.

"Como ainda estou no aguardo da formalização das respostas pela Central de Regulação do estado, eu terei que deslocar parte da investigação para Salvador, porque se for comprovado através dos dados da Sesab que esta demora na regulação acontece em todo o estado, eu fico restrito a ter que investigar apenas os casos relacionados à Feira de Santana, mas será necessário também investigar no restante do estado. Ficou acertado ainda nesta reunião que tivemos na última sexta, que teremos um novo encontro e possivelmente, teremos também a participação dos representantes do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), para que possamos também ter ciência da situação da unidade, a situação dos pacientes. É importante ressaltar que quando o paciente é de Feira, ele não é obrigado a ser regulado para o Clériston, ele pode ser regulado para qualquer outra unidade hospitalar que tenha a capacidade e o suporte para atender aquele paciente, mas a gente sabe que por conta da facilidade, logística, as regulações são direcionadas para o Clériston, então a gente também precisa entender e saber, como estão sendo realizados os procedimentos de regulação dentro do Clériston, quem são estes pacientes que o hospital está recebendo, de qual cidade, são questionamentos que precisam ser evidenciados", destacou.

Ainda de acordo com o promotor Audo Rodrigues, o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), não pode recusar pacientes em três situações.

"No âmbito do chamado 'porta aberta', o Clériston não pode recusar pacientes em três situações, quando são pacientes lesionados com politraumatismo, pacientes com AVC ou infarto, isso foi uma informação da diretora da Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que deixou bem claro nesta última reunião que tivemos. Ela destacou que se o paciente estiver com politraumatismo, a ambulância tem o acesso liberado. Então eu ainda não envolvi o Clériston nessa investigação, pois ainda estamos pendentes de análises", concluiu.

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