Saúde

Moradores estão associando caroços em micos a varíola dos macacos; veterinário comenta

De acordo com o especialista, os animais não tem relação com a nova varíola.

Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil
Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

Recentemente, a produção do Acorda Cidade recebeu informações sobre o aparecimento de micos na região da zona rural de Feira de Santana, apresentando caroços. Muitas pessoas, por medo, estão associando a doença com a varíola dos macacos.

Diante deste fato, a reportagem do Acorda Cidade buscou informações e orientações com o médico veterinário Aristeu Vieira da Silva, do laboratório de análises clínicas e parasitologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

De acordo com o especialista, os animais não tem relação com a nova varíola. Eles possuem doenças próprias, e neste momento, o fundamental é evitar o contato direto, principalmente quando o animal pode ser portador do vírus da raiva.

“Nós devemos ficar atentos aos animais selvagens, como é o caso dos saguis, dos micos, porque eles podem apresentar doenças, mas que não tenham a relação com a chamada varíola dos macacos. A gente enfatiza que os animais também possuem enfermidades, algumas próprias e outras que eventualmente podem afetar os seres humanos, como é o caso do vírus da raiva, então o contato com este animal, deve ter total cuidado”, informou.

Como forma de orientação, o médico veterinário sugeriu que a população evite cuidar de animais silvestres, como se fossem animais de estimação.

“Estes animais, em hipótese nenhuma, devem ser utilizados como animais de estimação, porque às vezes a mãe destes filhotes morreu, e eventualmente eles podem levar enfermidades para as casas. Percebeu que aquele animal está estranho? Aciona o Centro de Zoonoses, para que possa fazer a investigação e ter o diagnóstico”, explicou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica veterinária e coordenadora do Centro de Zoonoses de Feira de Santana, Mirza Cordeiro, informou que nenhum caso foi notificado no órgão e explicou que os últimos casos relacionados com micos foram registrados no ano de 2017.

“Até o momento, não chegou nenhuma informação em nosso Centro. Desde 2017 que nós estamos acompanhando alguns episódios que nós chamamos de epizootias, ou seja, morte de animais. Então o município já vem acompanhando. Enviamos amostras para o Lacen para verificar o que realmente se trata. Lá em 2017, tivemos um pequeno surto de casos de febre amarela, tivemos a positividade para estes animais, mas deixamos claro que estes animais não são portadores e, por muitas vezes, eles são vítimas também, então naquele período, muitos animais chegaram em nosso centro apedrejados, machucados, e a população precisa andar junto com a gente, precisa nos comunicar de qualquer situação, principalmente se for na zona rural”, informou.

Ainda de acordo com a coordenadora, muitas pessoas até entendem de maneira errada o sentido do Centro de Zoonoses, e alertou sobre o perigo de manusear animais que estejam doentes.

“A população precisa estar mais atenta, e sempre comunicar o nosso Centro. Eu sempre falo durante as entrevistas, que nós não recebemos animais, não somos abrigo, nós somos um Centro e cuidamos das doenças zoonóticas. As pessoas não podem, em nenhuma hipótese, apedrejar estes animais, nem pegar caso percebam que estão doentes, é necessário ter este cuidado no momento da manipulação”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários