Dia do Pão

Mocinho ou vilão: nutricionista fala sobre os benefícios do pão

De acordo com a Abip, os principais desafios encontrados pelo mercado são o aumento de insumos.

Foto: Agro/TV Globo/Reprodução
Foto: Agro/TV Globo/Reprodução

Desde que os egípcios, há mais de 6.000 anos descobriram a fermentação, misturaram os grãos, principalmente o trigo, aprenderam a fazer um alimento básico dos primórdios da humanidade. O pão! Sinônimo de poder, de política e de moeda de troca, o pãozinho hoje pode ser considerado o vilão para saúde das pessoas ou a prosperidade de quem tem o alimento na mesa.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), que possui mais de 70 mil padarias integradas, os principais desafios encontrados pelo mercado são o aumento de insumos, a indisponibilidade de mão de obra e a baixa produtividade.

Eliésio Ferreira é gerente de uma Delicatessen no bairro Kalilândia, em Feira de Santana, ele confirmou que o pão ainda é o carro chefe da padaria.

Dia do Pão
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A demanda continua estável, então a compra de pão pela manhã, para café a noite, sempre tem a procura de pão. O mais comum é o trivial, pão de sal, milho, leite, são os mais comuns”, disse.

Segundo ele, o principal motivo para o aumento dos preços é a importação dos materiais, pois o Brasil ainda depende de outros países para importar o trigo.

“A questão da guerra entre a Rússia e Ucrânia que tem dificultado a questão da importação das matérias primas, então houve um aumento nos insumos dos materiais do pão” enfatizou.

Entre os famosos, pães de sal, milho, leite, nomes que chamamos na Bahia, pelo país, o delicioso pãozinho possui outras denominações, como jacó em Sergipe, massa grossa em Manaus e no Piauí, cacetinho no Rio Grande do Sul, careca no Ceará e em São Paulo o famoso pão francês.

Apesar de ser considerado um vilão na dieta das pessoas, a nutricionista Thainá Nunes destacou os benefícios do pão na rotina das pessoas.

Dia do Pão
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O pão é rico em carboidrato e ele tem as características do fornecimento de serotonina que é um neurotransmissor do bem estar, então ele auxilia na energia, para quem gosta de praticar atividade física é um bom componente para acrescentar no pré e no pós treino”, contou.

Segundo Thainá, os pães integrais podem ajudar quem gosta de comer e precisa fazer alguma restrição alimentar, mas é preciso se atentar para a qualidade e a veracidade do pão integral. Ela também explica que todos os pães têm sua carga de benefícios, mas o complemento que vai definir a nutrição da refeição.

“Geralmente esses pães tem a rotulagem, então você difere pelos ingredientes, farinha de trigo integral e outros compostos, já o normal ele é só feito de farinha de trigo convencional, então isso vai depender das pessoas lerem o rótulo”, pontuou.

O pãozinho quentinho saindo do forno da padaria, para quem gosta, não há quem resista. Comer o pão em si não está errado, o que importa também é a quantidade que ingerimos. De acordo com a especialista, a quantidade e o tipo de pão variam conforme as necessidades de cada um.

“A questão do consumo é como tudo na nossa vida, existe o equilíbrio, então tudo que você consumir em excesso vai trazer algum malefício, então isso vai precisar de um acompanhamento nutricional com um profissional para poder quantificar esse carboidrato diariamente”, explicou.

Thainá explica que muito na gastronomia avançou e atualmente há diversos tipos de pães que atendem a questão nutricional, a saúde para quem tem alguma restrição alimentar e o gosto das pessoas.

“É usado outro tipo de farinha, porque o celíaco é exatamente restrito ao glúten, ele vai outro tipo de farinha como de amêndoa e arroz e as pessoas precisam observar essas características para não terem problemas”, enfatizou.

Pão de casa é melhor?

Segundo a nutricionista, o pão feito em casa pode ser tão saudável quanto o da padaria. Ela reforça que isso vai depender das necessidades das pessoas, das restrições que cada um pode ter. Mas reforça que é imprescindível observar a validade e as características do pão para se beneficiar do melhor produto.

“Geralmente quando a gente vai ao mercado, precisamos analisar como ele está, se não está mofado, porque vai depender muito das características, então nem sempre você vai ver a validade ali e o pão estará íntegro, então você tem que identificar todos esses componentes”, disse.

Diabéticos podem comer pão?

Conforme a nutricionista, pessoas que sofrem de diabetes podem sim comer o pão na sua dieta. Ela indica que o paciente associe com uma proteína de alto valor biológico, pois isso irá reduzir o índice glicêmico daquela refeição. Um pãozinho com ovo, sem óleo, sem gordura, é uma boa pedida.

Comer com o pão com ultra processados, como presunto, bacon, margarina podem levar o pãozinho a se tornar o vilão, afinal, já diz o ditado ‘quem se mistura com porcos, farelo come’. Mas tornar o alimento mais saudável, comendo com frango, queijos brancos, com ovo sem gordura (frito em água) pode sim continuar fazendo parte da nossa mesa.

“O pessoal fala que o pão engorda e que traz malefícios por ser farinha, gordura, mas tudo vai depender da combinação que a gente faça e do consumo, tudo excessivo traz danos, então se a gente consome equilibradamente com componentes bons, não vai haver malefícios, então isso acaba sendo um mito”, afirmou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários