Laiane Cruz
Nesta segunda-feira (24), conforme o Boletim Epidemiológico da covid-19 de Feira de Santana, somente dois pacientes estavam internados para tratamento da doença. A queda no número de internamentos de casos graves pelo coronavírus levou o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) a fechar todos os leitos específicos para a covid-19.
Por outro lado, o secretário de saúde de Feira de Santana, Marcelo Brito, esclareceu que, mesmo com os baixos índices de internamento, há oito leitos de UTI disponíveis no Hospital Dom Pedro de Alcântara, os quais estão sendo mantidos pelo município, caso haja necessidade, além de leitos contratados na rede privada.
“A prefeitura havia contratado junto à iniciativa privada, sobretudo no Hospital Dom Pedro de Alcântara, leitos de UTI específicos para o tratamento de pacientes com a covid-19, que custam R$ 720 mil por mês, para permitir o atendimento à população em caso de necessidade. Nós estamos com leitos ainda no Dom Pedro, que estão vagos, aguardando uma necessidade por parte de alguém com quadro agravado. Mas para nossa sorte não temos tido, o que temos é muito movimento de ambulatório, mas nenhuma internação”, informou em entrevista ao Acorda Cidade.
O secretário Marcelo Brito destacou que o custo para manter esses leitos abertos é alto, e o prefeito Colbert Martins está buscando o ressarcimento dos recursos investidos junto ao Ministério da Saúde.
“As UTIs do Dom Pedro para covid continuam abertas, pois esse contrato foi aditivado, através de convênio, já que é uma instituição filantrópica. Elas continuam ativas e a prefeitura tem esse custo. É um custo alto, mas entendemos a necessidade do momento. O prefeito, inclusive, está indo buscar junto ao Ministério recursos, já que esses custos todos estão sendo bancados pelo caixa da Secretaria Municipal de Saúde e está tentando buscar o ressarcimento desses custos junto ao Ministro Queiroga.”
Regulação do estado
Segundo o secretário municipal, os leitos do HDPA não entram, porém, na tela de regulação do governo do estado. O que significa que é preciso que a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) entre em contato direto com a Secretaria Municipal de Saúde para verificar a disponibilidade de leitos.
“Esses leitos foram contratados diretamente pelo município, não há contrapartida do estado ou da União. É um custo 100% de Feira e eles ficam disponíveis para a nossa central municipal, onde as policlínicas e Unidades de Pronto Atendimento (Upas), que tenham necessidade fazem a transferência. Claro que se o estado tiver necessidade, fazendo um contato, pode acessar e tendo disponibilidade vamos ajudar, porque são vidas e não podemos fazer qualquer tipo de seleção”, pontuou.
Marcelo Brito acrescentou ainda que tem conhecimento que a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do HGCA está com superlotação. Segundo ele, as Upas municipais e policlínicas também já tiveram que interromper os atendimentos por conta da alta demanda.
“Vivemos um momento excepcional, que não era esperado. O surto de Influenza H3N2 veio em um momento completamente atípico. Esses casos de gripe geralmente acontecem no período do outono e inverno, mas eles estão acontecendo em pleno verão, um caso inédito até onde tenho conhecimento.”
Ômicron
Sobre o aumento exponencial da Ômicron em Feira de Santana, o secretário ressaltou que essa variante tem duas características: ela pega muito mais rápido e o simples fato de você estar próximo de uma pessoa sem máscara faz com que o risco de contaminação seja muito alto. E a segunda situação, que pode ser considerada melhor, é que ela tem baixa virulência, ou seja, quando pega não é muito forte e tem menos capacidade de gravidade.
“Eu gosto de visitar as unidades de manhã cedo e consigo ter uma noção mais clara do que está acontecendo. Vejo quem são os pacientes, justamente para entender a dinâmica dessas unidades, que estão com grande movimento de ambulatório, muita gente testando positivo e leitos de internamento vazios. Semana passada eu estava na Flórida, nos Estados Unidos, e lá a característica é a mesma, sendo que eles têm um baixo nível de vacinação e alguns casos mais graves justamente de quem não está vacinado. Lá eles estão distribuindo kits de covid pelos Correios, todo americano está recebendo para ver seu resultado e comunicar pela internet.”
Feira de Santana tem 96% de vacinados com a primeira dose, o que para o gestor de saúde é muito positivo e está ajudando muito a cidade a não ter casos tão graves, como em outros lugares. Sobre a vacinação infantil, o secretário fez um apelo à população para que leve seus filhos para receberem a dose do imunizante.
“Até o último final de semana, tivemos 2.500 crianças vacinadas. Faço um apelo aos pais para que levem seus filhos à UniFTC, a fila está bem pequena, leva cerca de 10 a 15 minutos, mas eu diria que está muito tranquilo.”