Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 30% de todos os tumores malignos registrados no país correspondem ao câncer de pele. O melanoma é um tipo específico da doença que possui uma ação no organismo mais letal à saúde do paciente diagnosticado. Também é o mais frequente. A origem do tumor se dá nas células produtoras de melanina, substância pigmentadora da pele. Ele pode ser dividido entre os não-melanomas (os mais comuns) e o melanoma, que é mais agressivo e tem a maior apresentação de metástase.
“É um câncer de pele bastante agressivo, ele se caracteriza por um crescimento anormal das células que dão o pigmento. Elas crescem de maneira desordenada, causando uma disfunção nas células e causando o câncer de pele”, explicou a dermatologista Luciana Nogueira Passos.
Ao Acorda Cidade, a dermatologista trouxe mais esclarecimentos sobre a doença que, apesar de ser o tipo de câncer mais frequente entre os brasileiros, o melanoma só apresenta 4% das neoplasias malignas da pele. Ele é agressivo pela alta possibilidade de se espalhar pelos tecidos e órgãos vizinhos ao maior órgão do corpo humano, a pele.
O lendário cantor e compositor jamaicano Bob Marley morreu em 1981 vítima de um tipo de câncer de pele, o melanoma lentiginoso acral (ALM), que afetou as palmas das suas mãos, dos pés e das unhas, levando a sua morte com apenas 36 anos. Em pessoas negras, a doença tende a aparecer em áreas mais claras do corpo.
Apesar de a maioria dos cânceres não-melanomas serem causados pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol, o melanoma é mais comum por fatores genéticos.
Além do melanoma lentiginoso acral, há mais três tipos da doença, os extensivos superficial, nodular e o lentigo maligno, que compromete a face com manchas geralmente grandes.
“Na realidade, os melanomas nem sempre têm ação relacionada ao sol. O câncer de Bob Marley começou a cursar com uma alteração na unha. Ele, sabendo do diagnóstico, não quis tratar devido a questões religiosas e que infelizmente esse câncer progrediu, levando a metástases e ao comprometimento de outros órgãos, levando-o ao seu falecimento”, explicou a médica.
Alguns sinais da doença podem ser percebidos através de pintas mais escuras, pigmentadas. Segundo a dermatologista, para diferenciar uma mancha normal de uma pinta sintomática do melanoma é preciso ficar atento a outros sinais.
“Elas podem crescer, mudar de cor, coçar, descamar, sangrar, fazendo com que o paciente tenha mudança das características daquele sinal que ele já tinha antes e de modo geral, esse melanoma, não só o de Bob Marley, pode apresentar-se em outras áreas expostas ao sol, como rosto, tronco, braços e costas”, ressaltou.
Em caso de uma unha comprometida, é imprescindível ficar atento, porque pode não ser uma micose, como geralmente as pessoas acabam diagnosticando, e sim um sinal do melanoma. Qualquer alteração na pele, principalmente lesões e inflamações, deve ser investigada pelo especialista.
Segundo Luciana Nogueira, o paciente diagnosticado já nasce com predisposição a ter a doença, por isso é complicado prevenir. Mas ela reforça a importância de ficar atento aos sinais e inflamações em manchas, porque quanto mais rápido iniciar o tratamento, melhor será a resposta do organismo.
O uso de protetor solar também é indicado.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, pacientes que descobrem precocemente o câncer de pele têm mais de 90% de chances de cura. Mesmo o melanoma sendo maligno, o diagnosticado pode conter a doença de se espalhar para outros órgãos, permitindo que o paciente viva bem.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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