Câncer de pele

Médica explica sobre como identificar e cuidados para evitar o câncer de pele

De acordo com a médica dermatologista Renata Dórea, o principal responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele é a radiação ultravioleta emitida pelo sol.

Ney Silva e Gabriel Gonçalves

O câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém os números são considerados altos.

De acordo com a médica dermatologista Renata Dórea, o principal responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele é a radiação ultravioleta emitida pelo sol.

"Existem dois tipos de radiação emitida pelo sol, a ultravioleta A conhecida como UVA, uma radiação mais persistente e consistente ao longo do dia e a ultravioleta B que é mais intensa entre às 9 e 15h ou entre 10 às 16h a depender do horário de verão. Essa radiação gera queimaduras, cujo acúmulo leva ao desenvolvimento do câncer de pele, mas existem outros fatores que auxiliam nisso, como peles mais claras e pacientes que usam medicações imunossupressoras, mas o principal culpado mesmo, é o sol com a radiação ultravioleta", destacou.

Para detecção com suspeita de câncer de pele, os pacientes podem identificar três principais características. De acordo com a médica, carocinhos avermelhados, pintas pretas, feridas que levam tempo para cicatrizar, já podem indicar um possível câncer de pele.

"O carcinoma basocelular é o mais comum e mais indolente. Ele se caracteriza por um carocinho, não é exatamente uma mancha, mas na maioria das vezes é um carocinho rosa quase vermelhado de tonalidade brilhante que a gente chama de perolada e que costuma ter alguns vasinhos visíveis a sua superfície. Com o tempo, costuma ferir e gerar uma ferida de difícil cicatrização. O segundo tipo mais comum é o carcinoma espinocelular, comum em pessoas idosas e que tem um aspecto avermelhado, áspero, costuma sangrar e sempre visível em áreas expostas ao sol, pode aparecer na mucosa do lábio e mucosa oral. O terceiro tipo, é menos comum, porém mais perigoso por ser agressivo e pode gerar uma metástase, chamado de melanoma, a chamada neguinha", explicou.

Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a médica Renata Dórea, para esta terceira característica do câncer de pele, o melanoma, existem cinco regras para identificar a doença.

"Temos uma regrinha chamada A B C D E. A chama a atenção para que uma lado seja diferente do outro, ou seja a assimetria dessa neguinha. B diz se as bordas são irregulares. C diz respeito a cor, é uma pinta que tem múltiplas cores, e benigna costuma ser amarronzada, já para o câncer de pele, costuma ter vários tons como marrom claro, escuro, branca, avermelhada, então já é uma suspeita. D é referente ao diâmetro, normalmente quando um tamanho é maior do que seis milímetros, a gente fica mais atento e a letra E, é referente a evolução, quer dizer que aquela pinta está aparecendo, pode estar mudando de aspecto, precisamos ficar de olho", ressaltou.

Cuidados na prevenção contra o câncer de pele

A prevenção está no cuidado quanto à exposição das queimaduras solares. Segundo a médica dermatologista, a prevenção deve ser iniciada ainda na infância, evitando os horários de pico da radiação ultravioleta B que é entre às 9h e 15h, ou entre 10h e 16h, no horário de verão, assim como fazer o uso do filtro solar, filtro de barreiras como chapéus, boné, óculos escuros e camisas de proteção e sempre que possível, não ficar exposto diretamente no sol.

Bronzeamento

A médica fez um alerta em relação a prática do bronzeamento, tanto natural, quanto artificial. Ela frisou que isto pode gerar modificações celulares.

"Os bronzeamentos aumentam os riscos do câncer de pele, seja natural a partir da exposição ao sol, quanto o bronzeamento artificial em câmaras de bronzeamento, pois levam alterações na célula que predispõem ao desenvolvimento do câncer", disse.

População mais afetada com câncer de pele

Renata Doréa salientou que as pessoas de pele clara são as mais afetadas com a doença e que é importante a atenção também para as pessoas que tiveram exposição ao sol durante vários anos da vida.

"A população mais afetada, é aquela que possui a pele mais clara. As pessoas negras, também correm riscos principalmente com lesões na palma da mão, ou na ponta do pé. O câncer carcinoma basocelularo tem o índice mais elevado a partir dos 50 até 60 anos de idade. Para o carcinoma espinocelular, a faixa etária está entre 60 e 70 anos. Já o melanoma, a partir dos 40 anos, principalmente pessoas que tiveram exposição frequente ao sol ao longo da vida, como por exemplo trabalhadores rurais, carteiros e profissionais da educação física", comentou.

Uso correto do protetor solar

O uso do protetor solar deve se tornar um hábito diário, não sendo utilizado apenas em praias ou piscinas. Segundo Renata Dórea, o indicado é que seja aplicado meia hora antes da exposição ao sol.

"Deve-se aplicar meia hora antes dessa exposição ao sol, normalmente uma quantidade maior do que costuma-se aplicar. Existem duas regras, a primeira com a dupla camada, no qual a pessoa deve aplicar duas vezes e a regra da colher de chá, onde deve ser aplicado uma colher de chá para o rosto e pescoço, uma para cada braço e antebraço, duas colheres para o tronco e duas para cada perna, e sempre que tiver em exposição ao sol em piscina ou em praia, o protetor deve ser aplicado novamente", finalizou.

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