Solidariedade

Médica alerta para importância da doação de medula óssea

Segundo a biomédica, o processo de transplante de medula óssea é demorado porque a cada cem mil pessoas que precisam, há apenas um doador.

Foto: Jcomp/Pixabay
Foto: Jcomp/Pixabay

A principal razão pela qual a doação de medula óssea é crucial é a capacidade de salvar vidas. Pacientes com doenças graves do sangue que não respondem a outros tratamentos frequentemente precisam de um transplante de medula óssea para ter uma chance de sobrevivência. Doadores compatíveis são a chave para fornecer uma nova esperança a essas pessoas.

Para registrar a importância da doação de órgãos, o Acorda Cidade conversou com biomédica, Marilene Souza, que esclareceu mais detalhes sobre o assunto.

“A medula óssea é o órgão responsável pela produção das células sanguíneas. Ela fica em osso extremo no osso da bacia mais precisamente no osso externo e não fica na medula óssea espinhal que muita gente também deixa de doar porque acha que ela vai ficar na medula óssea espinhal que é aquela medula de sustentação da nossa massas óssea”, disse.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A doutora explica que há muitas doenças que podem ser erradicadas através do transplante da medula. 

“Todas as doenças hematológicas de base, leucemia, mieloma, a própria anemia falciforme que é uma doença genética onde o paciente ele só tem a cura da doença quando ele faz a substituição da medula, então basicamente são essas doenças que requer um transplante de medula óssea. A aplasia de medula também”, explicou. 

A seleção de doadores compatíveis é realizada através da candidatura do doador. Marilene pontua que devem ser pessoas entre 18 a 30 anos que estejam em um bom estado de saúde e que não tenham nenhuma doença hematológica.   

“Ele vai fazer um cadastro, vai ser feito o perfil hematológico desse candidato à adoção. Nesse perfil hematológico, um dos exames que são realizados é a pesquisa de anticorpos contra as leucócitos. Fez o perfil imuno-hematológico a gente vai fazer um confronto com Redome (Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea) que são essas pessoas que aguardam o transplante verificando o nível de compatibilidade, essa pessoa vai passar por outras fases. Então basicamente você vem, faz um cadastro, vai coletar cinco MLs de sangue, a gente vai traçar esse perfil imuno-hematológico com quem precisa. Se tiver compatibilidade, a gente vai passar por outra etapa desse processo”, explicou. 

Foto: Freepik

Segundo a biomédica, o processo de transplante de medula óssea é demorado porque a cada cem mil pessoas que precisam, há apenas um doador. Ela explica o porquê da estatística. 

“Nossa população não é uma população pura. Então por conta da miscigenação nós somos todos misturados preto, branco, pardo, amarelo, índio e com isso dificulta muito essa questão da compatibilidade. Por isso que é tão difícil. Só que a gente consegue inverter essa dificuldade quando a gente aumenta o banco de dados, aumentando a probabilidade de ter uma pessoa compatível”, disse a especialista ao Acorda Cidade. 

É comprovado pelos médicos que doar parte da medula não traz comprometimento à saúde do doador. Marilene explica que no geral o procedimento não dói, pois o paciente doador está sob efeito de anestesia. Ela esclarece como acontece os próximos passos após a comprovação de compatibilidade, para enfim haver o transplante. 

“Você vai fazer uma anestesia tipo raqui e isso depende muito da decisão clínica, ou seja, do médico que está acompanhando o paciente que vai receber essa medula. E se ele for fazer do método convencional, vai puncionar por dez a quinze vezes o osso da bacia. Vamos retirar cerca de dez a quinze MLs de medula óssea e é isso que vai ser transplantado. Dói, mas é tudo anestesiado, com vinte e quatro horas, você é liberado do hospital e com sete a dez dias sua medula está intacta, e se você conseguir outra pessoa para doar, você pode doar novamente”, declarou.

Ainda segundo a biomédica, os efeitos colaterais e os riscos que podem ocorrer durante o processo seria uma reação alérgica contra a anestesia. 

“Você vai ter essa reação só porque você vai doar a medula? Não, porque se você for fazer qualquer tipo de cirurgia vai se submeter a uma reação pós-anestesia. Então o único risco é a reação pós-anestesia. Mas, do processo nenhum”, explicou.

Marilene reforça que ser um doador de medula nunca será motivo para desenvolver uma doença hematológica. As células são auto-renováveis e levam de sete a dez dias para estarem intactas ao que era antes. 

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Para quem deseja doar e para quem já se cadastrou como doador de medula óssea é importante lembrar que, a atualização dos dados do Redome, que registra os possíveis doadores voluntários no Brasil, é imprescindível, pois através dele que o acompanhamento entre o doador e o receptor da doação acontece. Marilene ainda acrescenta que os dados podem ser transmitidos para bancos de outros países. 

“Fez esse processo é tudo muito simples só é acompanhar no site do INCA (Instituto Nacional de Câncer), você for convocado, o SUS ele arca com todas as despesas ou seja se você aqui do Brasil for compatível com alguém de outro país o SOS ele tem uma reserva de renda para arcar com todo esse processo. Porque a princípio os seus dados vão ser disponibilizados para o Banco Nacional, mas se você não for compatível com ninguém aqui no país, eles disponibilizam esses dados para outros países. De repente você não é compatível com alguém do seu país e é compatível com alguém de outros países você não tem custo nenhum com isso, você só vai salvar vida porque a sua medula ela está se autorrenovando e quem precisa, necessita de uma substituição”, finalizou. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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