Saúde

Março Amarelo: ginecologista destaca principais sintomas da endometriose e alerta os cuidados com a doença

A especialista também enfatizou quais tratamentos podem ser realizados.

Endometriose
Foto: Reprodução/Freepik

A campanha nacional Março Amarelo tem como finalidade conscientizar a sociedade sobre os sinais, sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento da endometrioses, doença que afeta as mulheres.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil.

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, a médica obstétrica e ginecologista, Glauce Casaes explicou como funciona o processo da doença.

Ginecologista
Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

“Esta é uma doença pouco falada e que infelizmente mexe na qualidade de vida das mulheres. Para que tenhamos uma ideia, uma em cada 10 mulheres, tem endometriose e no Brasil são quase 9 milhões de mulheres, então é um dado altíssimo. Então o que esta doença causa? A queixa maior por parte das mulheres, são cólicas menstruais e intensas, dores durante a relação sexual, dificuldades para engravidar, dores abdominais e que precisam de uma investigação, pois isso se trata de uma inflamação. Mas afinal, de onde vem esta inflamação? O útero é um órgão reprodutor feminino e que possui uma camada que se chama endométrica e que durante a menstruação, ela desce pela vagina, mas quando este processo não acontece da forma normal, ou seja, estas camadas desce para uma trompa, cai na região do intestino, o próprio organismo entende que não é para aquilo acontecer e acontece a reação inflamarória, o que provoca a dor e também podendo ocasionar a infertilidade”, disse.

De acordo com a especialista, cerca de 50% das mulheres que são inférteis, têm endometriose.

“A endometriose é uma das causas da infertilidade e para que as pessoas tenham uma ideia, cerca de 30 até 50% das mulheres inférteis, têm endometriose, então é uma outra estatística muito alta. No meu consultório por exemplo, cerca de 70% dos atendimentos são de mulheres com a endometriose, então é uma doença que a gente também não trata de forma geral, mas precisamos individualizar cada mulher, cada paciente, por isso devemos estar atentos para dar à conduta certa para cada uma dessas mulheres”, afirmou.

Segundo a médica ginecologista Glauce Casaes, a doença não tem cura, mas quanto mais cedo for descoberta, menos problemas serão causados.

“Esta é uma doença inflamatória e sem cura. Quanto mais cedo tiver este diagnóstico, melhor será para esta mulher porque ela terá menos problemas para engravidar, terá menos dificuldades com seu parceiro durante a relação sexual. Então a gente sabe que é uma doença social, uma doença de saúde pública e que por trás de uma cólica, existe uma doença que merece total atenção”, pontuou.

Tratamentos

De acordo com a especialista, existem dois métodos de bloqueio contra a doença, o hormonal e o anti-inflamatório.

“Para que as pessoas possam entender melhor, um destes métodos nem precisa de médico, é o anti-inflamatório, que são os hábitos saudáveis. Então a mulher precisa entender que é uma doença inflamatória, precisa ter atividade física regular que ajuda muito, ainda mais se tiver um ritmo de pelo menos 150 minutos por semana. Além disso, é priorizar o sono que é essencial e um terceiro ponto que destaco, é a nutrição. Então uma mulher que já têm a endometriose, comer carne vermelha só pode no máximo duas vezes na semana, tem também as limitações com o leite e seus derivados, o açúcar, o álcool, alimentos processados e o gerenciamento do estresse, porque hoje as mulheres modernas vivem com um estresse contínuo, porque é trabalho, família, funcionários, tudo isso precisa ser analisado, então o tratamento é anti-inflamatório. Agora quanto tratamos de tratamento hormonal, precisa ter um acompanhamento de um ginecologista, ele precisa está ali por perto, saber se esta mulher deseja engravidar, se não deseja e existem alguns métodos através de medicações em que devem ser ingeridos de forma diária, como um anticoncepcional, tudo isso com o objetivo de que novos focos não sejam formados na região do útero”, concluiu.

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Nilton

Essas campanhas precisam ser feita no centro comercial de feira, onde muitas mulheres não vão ao médico ginecologista por medo de perder o emprego.