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Dor pélvica intensa, principalmente, no período menstrual, dores durante a relação sexual, ao urinar e defecar, e a dificuldade em engravidar, são os principais sinais e sintomas da doença ginecológica crônica que acomete cerca de sete milhões de brasileiras. Estamos falando da endometriose, doença que ocorre quando há presença de tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero, fora da sua localização habitual.
Para chamar a atenção do público feminino aos cuidados desta patologia, neste mês, é celebrada a campanha mundial do Março Amarelo. O ginecologista da Hapclínica Feira de Santana, do Sistema Hapvida, Franklin Maciel, afirma que ainda não se sabe quais são as reais causas dessa doença, já que existem várias teorias para o seu surgimento.
"A hipótese mais aceita é a da menstruação retrógrada, que é quando o sangue que deveria ser eliminado durante o período menstrual, retorna, se fixa e se desenvolve em órgãos onde não deveria, como ovários, tubas uterinas, bexiga, intestino, entre outros", explica o especialista, acrescentando que isso pode gerar um processo inflamatório muito doloroso para a mulher.
Conforme o médico, esta patologia atinge aproximadamente cerca de 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva. Isso acontece porque a doença pode surgir somente a partir da primeira menstruação e se estender até a última. Ainda de acordo com Franklin, é muito importante lembrar que a endometriose é uma doença difícil de diagnosticar por meio de exames físicos realizados durante a consulta ginecológica de rotina. "Os exames de imagens são os meios mais adequados para indicar possíveis existências do problema. Quanto mais precoce a descoberta, menor será o número de órgãos acometidos, e assim, o tratamento hormonal apropriado poderá ser definido", sinaliza Maciel.
A endometriose não tem cura definitiva, entretanto, existem diversos tratamentos eficazes para o controle da doença e a remissão dos sintomas, que vão ajudar os pacientes a recuperarem a qualidade de vida. "A intervenção médica vai depender de alguns fatores como o estágio da doença e o desejo ou não da mulher de engravidar. O tratamento pode ser desde uma terapia hormonal a um procedimento cirúrgico", relata o especialista. O Dr. Franklin Maciel ainda faz um alerta sobre a importância do acompanhamento junto ao médico ginecologista de confiança para que se possa traçar estratégias individualizadas para cada paciente.