Laiane Cruz
Atualizada às 20:01
Diagnosticado em fevereiro deste ano com Alergia a Proteína do Leite da Vaca (APLV) e cardiopatia, o pequeno Heitor Cardoso, de 1 ano e 5 meses, necessita de um leite especial. Em média, a criança utiliza 16 latas do alimento por mês, com um custo mensal para a família de R$ 3.120, uma vez que cada lata custa R$ 240.
A questão é que a mãe de Heitor, a nutricionista Thainá Cardoso, está sem trabalhar e não tem condições de arcar com as despesas decorrentes do problema de saúde do filho. Diante disso, a família do garoto e amigos montaram uma rede de doações para a compra do leite especial, chamado Neocate Advance.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Thainá Campos Cardoso contou que após Heitor ser diagnosticado com a APLV e a cardiopatia, deu entrada na Secretaria Municipal de Saúde na documentação para receber o alimento. No entanto, até hoje não obteve resposta.
“Heitor foi diagnosticado em fevereiro deste ano. Em março, eu dei entrada na Secretaria Municipal de Saúde, levei todos os relatórios, exames para comprovar. No final do mês de março, eles autorizaram, porém não tinha o leite. Disseram que devido à pandemia, a prefeitura estava sem verba, mas assim que eles tivessem com o leite, eles ligariam. Até hoje nada”, informou a nutricionista.
Conforme Thainá Cardoso, cada lata de leite dura apenas dois dias e para custear o alimento do menino precisa fazer rifas e conta com a ajuda de amigos próximos e padrinhos.
“Hoje ele faz acompanhamento com gastro, nutrólogo, alergista e pediatra. Todos eles estão em Salvador. R$ 3.120 reais é só o leite, fora as medicações, fraldas e produtos de higiene. Eu sou mãe solo, e por conta disso tive que voltar para a casa da minha mãe. Mas as despesas dele são responsabilidade minha”, disse.
Ela informou ainda que o secretário de saúde, Marcelo Britto, justificou que a secretaria não tinha feito a licitação de compra desse tipo de leite. Como não obteve retorno do governo municipal, Thainá Cardoso buscou a via judicial. A advogada que acompanha o caso, Sheilla Araújo, explicou que deu entrada no processo há alguns dias, mas que inicialmente houve uma negativa por parte do juiz.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“O que nós observamos no desenvolvimento é que houve uma negativa inicial do juiz, entendendo que não existiam provas suficientes em favor de Tainá, sendo que o que a gente verificou no processo é que foram acostados os documentos que foram pedidos e que eram contundentes para provar a doença do Heitor e a necessidade da mãe. O estado foi acionado, juntamente com o município, tendo em vista que a lei expressa que o estado é responsável sozinho, mas hoje a jurisprudência entende que solidariamente tanto o estado quanto a prefeitura, e principalmente o governo federal, são responsáveis pela distribuição e doação de medicamentos dentro do padrão que a Thainá se encaixa, que é a hipossuficiência. O processo está correndo e não foi finalizado ainda.”
Ela confirmou que a nutricionista é mãe solteira e a pensão que recebe do pai da criança, que foi estabelecida pela justiça, é de apenas R$ 300, sendo que cada lata custa quase isso. “E ela está impossibilitada de trabalhar porque precisa acompanhar o menino 24 horas. Ele também é cardiopata, e é uma criança que não pode chorar, ter níveis de estresse muito altos, é uma criança com uma saúde muito delicada. Ela não tem um apoio da família. O garoto tem plano de saúde, mas alguns acompanhamentos precisam ser pagos e tem inclusive relatórios médicos que ele corre risco iminente de morte”, destacou.
O secretário de saúde do município, Marcelo Britto, justificou que a Secretaria já abriu mais de uma licitação para fazer a compra do leite especial, mas não houve empresas interessadas. “As empresas que compareceram não tinham a documentação necessária. Fomos obrigadas a declarar a licitação deserta, depois prejudicada. A dificuldade que a gente tem é essa de encontrar as pessoas que fornecem. Encontrando, vamos encontrar a forma de fazer a aquisição dessa mercadoria junto à procuradoria, para não deixar faltar”, afirmou.
Os interessados em realizar doações para o pequeno Heitor Cardoso podem comprar o leite Neocate Advance ou fazer transferências bancárias de qualquer valor para a chave PIX 71991435077.
Para entrar em contato com Thainá Campos Cardoso, o número de telefone é o mesmo do PIX: 71 9143-5077
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade