Feira de Santana

Julho Amarelo: mais de 2 mil pessoas estão cadastradas no programa contra hepatites

Segundo a enfermeira, a hepatite é uma inflamação no fígado e pode ter várias origens.

Gabriel Gonçalves

Desde o dia 1º de julho, a prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria Municipal de Saúde, está intensificando a realização de exames e ações de combate as hepatites virais. O Programa de Hepatites Virais do município conta atualmente com cerca de 2 mil pessoas cadastradas.

O mês de julho é conhecido como 'Julho Amarelo', voltado para a conscientização das hepatites, um conjunto de doenças que atacam principalmente o fígado e podem provocar consequências graves como cirrose, câncer e morte.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a enfermeira e coordenadora do Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Coelho (CSE), Telma Nandiara, explicou que as hepatites B e C, são consideradas as hepatites crônicas e destacou que o Governo Federal está intensificando a vacinação contra a hepatite A para as crianças menores de 5 anos.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

"A hepatite é uma inflamação no fígado e pode ter várias origens. Aqui por exemplo no Centro, o tratamento é realizado para a Hepatite B e C, que são consideradas hepatites crônicas, mas existe também as hepatites A, D e E, que não são muito comuns em nossa região do Nordeste. O Governo Federal está investindo na vacinação contra a hepatite A para os menores de 5 anos de idade, por conta das formas de transmissão que ela pode infectar. Nessa faixa de idade, as crianças ainda não possuem o hábito de sempre estarem lavando as mãos, lavando os alimentos, então o governo investe bastante nisso", informou.

Quais as formas de transmissão da hepatite?

De acordo com o Telma Nandiara, a hepatite B pode ser transmitida através da relação sexual sem preservativo ou com o compartilhamento de material cortante que tenha contato com o sangue.

"A hepatite B pode ser transmitida através da relação sexual, então quando há essa relação sem o preservativo com um parceiro ou parceira que é portador do vírus, ele está sujeito a se contaminar. Além dessa forma, existe também a questão do compartilhamento do material cortante, por exemplo, quando você compartilha um alicate, uma tesoura, um aparelho de barbear, todo material que tem o contato com o sangue, ele é contaminado e pode ser uma fonte provável de contaminação. Por quê que falamos provável? Porque a gente não sabe se a outra pessoa com quem está compartilhando o material cortante, é portador do vírus, até mesmo em um procedimento de tatuagem, o material deve ser descartado ou esterilizado, assim como em consultórios de dentista", destacou.

Pessoas com hepatites, apresentam sintomas?

Segundo a enfermeira, quem é portador de hepatite B ou C, é considerado como assintomático.

"Como a gente sabe, a hepatite é uma inflamação no fígado, geralmente as hepatites B e C, são consideradas como assintomáticas, não apresentam nenhum sintoma. O paciente quando descobre, quando ele faz o teste rápido por exemplo, é que se tem o diagnóstico. Quando não é desta forma, é através dos exames laboratoriais de rotina e nas enzimas hepáticas que se descobre que o fígado não está funcionando da forma adequada", disse ao Acorda Cidade.

Em Feira de Santana, o perfil de pessoas portadoras com as hepatites B ou C, varia entre 50 e 80 anos.

"Hoje não temos hepatite B e C em crianças. Aqui em nosso Centro de Saúde, nós tratamos das hepatites crônicas em adultos, então o público adulto jovem, apresenta hepatite B e o grupo adulto já na faixa de 50, 60 e já idosos com 80 anos, é identificado a hepatite C. A gente considera até pelo diagnóstico ser tardio, então por isso que é necessário a importância da Campanha Julho Amarelo, para que as pessoas possam se alertar de que realmente é importante fazer o teste, descobrir se tem hepatite e caso seja preciso, iniciar o tratamento", pontuou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Mais de 2 mil pacientes estão cadastrados no CSE para realização de tratamento contra a hepatite. De acordo com Telma Nandiara, uma equipe de profissionais, está a disposição para acompanhar todos os portadores do vírus.

"O teste rápido é feito entre 20 a 30 minutos. A partir do resultado, teremos o diagnóstico e se for confirmado, este paciente é matriculado aqui em nosso Centro, realizando todo encaminhamento como exames laboratoriais, consultas médicas, psicólogos, nutrição e até a medicação é disponibilizada aqui em nossa unidade, pois é uma medicação de alto custo. Aqui nós temos 2.251 pacientes cadastrados e dentro desse quantitativo, cerca de 245 fazem uso de medicação contínua, para a hepatite B, para que esse paciente tenha uma dosagem na carga viral e assim, combater o vírus", explicou.

A coordenadora do CSE chama a atenção da população que o cuidado com a saúde não é feito apenas em determinado período do ano, com as campanhas que são realizadas.

"A gente trabalha de janeiro a janeiro, existe o Julho Amarelo? Existe, porém não é só no mês de julho que essa atenção com a saúde deve ser ampliada. É importante fazer esses exames para que se tenha um diagnóstico e ter as orientações destas hepatites que são importantíssimas. Desde o início da campanha nós já realizamos 66 testes rápidos, mas destaco que a procura está sendo pouca. A gente poderia fazer muito mais, porém como a demanda é espontânea, não podemos obrigar as pessoas a comparecerem aqui na unidade. Estamos funcionando a partir das 7h30 até às 18h", concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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