Rachel Pinto
Em clima de final de ano, de despedida de 2021 e também dando boas vindas ao ano de 2022 que vem como uma grande esperança neste período de pandemia, onde há o avanço da vacinação e também a redução dos números de infectados e de mortes pela covid-19, o brasileiro e especialmente o baiano começa o desejo latente de voltar às relações sociais, confraternizar, se encontrar com os amigos e também de curtir festas de rua e também o carnaval.
As confraternizações que retornaram com força neste mês de dezembro e os reencontros alimentam a vontade de querer sempre mais, de sair às ruas e sobretudo, de deixar para trás todo o tempo vivido de reclusão, medo e tristeza. Mas, será que já é hora mesmo do retorno às festas de rua?
A variante Ômicron, e na Bahia com o surto de gripe H3N2, põem esse desejo do retorno das festas e atividades de entretenimento com grande público em alerta. O podcast do ‘Escuto cá Entre Nós’, do Acorda Cidade, bateu um papo bem esclarecedor sobre o assunto com o infectologista e professor de medicina Robson Reis e ele trouxe pareceres técnicos sobre o momento.
Segundo o médico, o Brasil é um país continental e o status da covid-19 é muito dinâmico, podendo variar em cada região. Em algumas capitais do Brasil além da flexibilização das atividades, também já há a flexibilização de alguns protocolos e do uso de máscaras.
Para ele, é importante levar em consideração que é preciso sim retomar as atividades e serviços comerciais, como forma de sustentar a economia, mas também acompanhar os dados científicos, principalmente o percentual de imunização da população.
"Os dados que nós temos nos permitem caminhar sim para flexibilização dessas normas. Para que venham a funcionar empresas, shoppings, cinemas, realização de eventos. Mas, não ainda para a realização de um réveillon ou carnaval. Temos que retomar a economia, pois a pandemia trouxe prejuízos enormes, sociais, educacionais. É o momento de equacionar e colocar na balança essa retomada”, afirmou.
O infectologista destacou que o recomendado para retornar festas de grande público como o carnaval é ter no mínimo 80% da imunização da população total. Ele listou ainda alguns riscos.
“Eu entendo a importância econômica e social do carnaval. Todos querem que tenha o carnaval, mas a realização dele pode trazer consequências graves do ponto de vista de saúde pública. Toda vez o que acontece pós a festa são as emergências lotadas com as famosas viroses de carnaval. Isso é muito comum e vamos acrescentar nisso o risco da covid. Carnaval é impossível manter distanciamento, pedir para as pessoas não compartilharem objetos. Não é simples”, comentou.
Confira o tudo que foi debatido no podcast Escuto Cá Entre Nós.