Feira de Santana

Internamentos por gripe crescem em Feira de Santana e ligam sinal de alerta para H3N2

A nova cepa da gripe tem despertado a preocupação das autoridades de saúde em todo o país, sobretudo pela semelhança dos sintomas com a covid-19.

Laiane Cruz

O número de internamentos de pessoas acometidas pela gripe em Feira de Santana tem aumentado nos últimos dias, e a suspeita da Secretaria de Saúde do município é que as infecções estejam relacionadas à mutação do vírus Influenza A, chamada H3N2.

A nova cepa da gripe tem despertado a preocupação das autoridades de saúde em todo o país, sobretudo pela semelhança dos sintomas com a covid-19. De acordo com o último boletim divulgado pelo estado, nove casos já foram confirmados oficialmente para a nova variante, com evolução para síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário municipal de saúde, o médico Marcelo Britto, informou que o vírus H3N2 é uma variante do H1N1. Ele tem observado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e em policlínicas o aumento do número de pacientes com sintomas da Influenza.

“Eu tenho visitado as unidades e tenho detectado em policlínicas e na Upa um aumento importante do número de pessoas internadas, especificamente com sintomas da Influenza. E essas pessoas, a maior parte delas não tinha sido vacinada. Então daí vem a importância de começarmos uma campanha, que estamos chamando de Natal sem gripe, e dessa forma pedir à população que já atendeu tão prontamente à vacinação da Covid, com a primeira, segunda e terceira doses, agora também temos que colocar no calendário vacinal, a vacina contra essa gripe, que também pega essa cepa H3N2”, afirmou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O secretário informou que em Feira de Santana, até o dia 13 de dezembro, 179.560 pessoas já haviam sido vacinadas contra a gripe, mas ainda restaram mais de 10 mil doses no estoque.

“Porque agora é o momento de crescer, com o verão, essas quantidades dessas infecções da Influenza. É uma vacina sempre mais específica, pois à medida que você vai desenvolvendo a vacina, ela vai ampliando seu escopo, pega o H1N1 e pega também várias outras variantes. Por isso que você tem que ficar tomando. Se não houvesse a mutação, você tomaria uma vez e provavelmente não tomaria mais nunca. Mas como esse vírus vai mudando, você precisa. Os cientistas ficam estudando e fazendo adaptações na própria vacina de forma a cobrir essas novas variantes”, esclareceu.

O secretário reforçou que qualquer pessoa pode ser acometida pelo vírus H3N2. Os sintomas, segundo ele, se assemelham a uma gripe forte, que pode evoluir para a pneumonia. O tratamento é feito por meio de antibióticos, alguns injetados na veia, e por isso em alguns casos há necessidade de internamento.

“Por isso o que temos que fazer é tomar a vacina. Se pegar a gripe, vai pegar de forma leve, muito parecido com a vacina da covid, onde ela não impede, mas quase não vai ter nenhum tipo de sensação e vai passar sem qualquer tipo de problema. Todas as pessoas com comorbidades, principalmente doença pulmonar obstrutiva crônica, que tem dificuldade de respirar, como a asma, e pessoas mais idosas, têm uma predisposição a ter a gripe de forma mais grave e por isso pode precisar de um internamento e inclusive são prioritárias para tomar vacina”, alertou.

Com o aumento do número de pessoas contaminadas, sobretudo após o período de chuva forte, quando há prevalência do vírus, a Bahia emitiu um alerta para todos os municípios do estado. Conforme Marcelo Britto, diante desse alerta, a secretaria tem buscado se precaver a fim de evitar a superlotação das unidades de saúde, algo que ainda não pôde ser observado.

“Estamos agindo de forma preventiva para evitar que a coisa saia do controle e a gente tenha que adotar outras medidas. É uma preocupação no Brasil inteiro. Como forma de prevenção a máscara ainda é obrigatória em nosso município e na maior parte do Brasil. Alguns locais que ensaiaram a liberação das máscaras estão voltando atrás, por causa da Covid, mas ao mesmo tempo a máscara também ajuda a proteger da gripe. Mas se a população realmente quer se proteger a vacina é a saída”, concluiu.

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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