Saúde

Integrante do Fórum de Saúde denuncia dificuldades no sistema público e consequências para população

Edroaldo Santos ressaltou que muitos trabalhadores da Atenção Primária e dos Programas de Saúde das Família estão paralisando suas atividades.

UPA da Mangabeira
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O Professor Edroaldo Santos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), faz parte do Fórum Municipal de Saúde de Feira de Santana e utilizou a tribuna livre da Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (21) para apontar diversos problemas relacionados ao sistema público e os prejuízos à população.

De acordo com ele, o Fórum Municipal de Saúde de Feira de Santana, ao longo dos últimos anos, vem se debruçando na discussão acerca da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) do município e também de forma geral.

Edroaldo Santos professor da Uefs_ Foto Ney Silva Acorda Cidade
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Em Feira, nós temos várias experiências exitosas em torno do SUS, que são produto das várias mobilizações, das conferências de saúde, de vários atores, profissionais de saúde, as entidades, que lutam em defesa do SUS. A gente verifica e temos nos mobilizado sobre alguns problemas, que inclusive foi tratado hoje por um representante do Ministério Público, que dizem respeito tanto ao financiamento da saúde, que os municípios sofrem problemas sérios, quanto à terceirização dos serviços de saúde”, afirmou o professor universitário.

Edroaldo Santos ressaltou que muitos trabalhadores da Atenção Primária e dos Programas de Saúde das Família estão paralisando suas atividades, porque as empresas terceirizadas vem atrasando os salários constantemente.

“São situações que batem de frente com os indicadores de saúde de Feira de Santana. Então nós do Fórum estivemos aqui hoje na Câmara junto com a Comissão de Saúde e outras entidades. Criamos uma Frente Municipal em defesa da saúde de Feira de Santana, que conta com diversas entidades. Durante a audiência pública para discussão da LDO, também apresentamos uma pauta com o fortalecimento da Atenção Primária de Saúde, Estratégias de Saúde da Família, questão de vínculo, medicações, fortalecimento da rede de atenção psicossocial, a questão dos CAPS, da saúde mental, que é um problema no Brasil e os dados em Feira mostram muitos problemas com relação à distribuição de medicações, com a paralisação de vários profissionais ligados às empresas terceirizadas, também vários profissionais dos CAPS têm paralisado suas atividades e isso impacta diretamente no atendimento à população”, lamentou.

Conforme o integrante do Fórum Municipal de Saúde, os dados relacionados à saúde mental em Feira têm subido justamente por conta dessas situações.

“A gente está discutindo isso no Conselho Municipal e seguramente a gente à frente vai enfrentar isso no que tange à melhoria dessa situação. A gente tem uma discussão que é a expansão da rede própria municipal em Feira, por exemplo, com a construção de laboratórios de análises clínicas. Temos a experiência exitosa do laboratório do Hospital Inácia Pinto dos Santos, mas ele só não dá conta, e a gente precisa ver a questão da valorização dos trabalhadores da saúde, pois o município precisa elaborar um plano de cargos e salários, e a gente precisa garantir o piso dos agentes comunitários de saúde, agentes de endemias, e agora essa nova decisão nacional, que é o piso da enfermagem. Temos a questão da convocação dos concursados de 2012, e a nível de atenção primária, Feira precisa ter a sua política municipal das práticas integrativas e complementares. A gente discutiu uma proposta que foi feita e agora precisamos avançar para uma política municipal”, disse.

Ele criticou a gestão do prefeito Colbert Martins com relação à manutenção das empresas terceirizadas.

“O governo do prefeito Colbert Martins está uma lástima, inclusive o Departamento de Saúde da Uefs aprovou uma moção criticando a atuação do prefeito Colbert Martins, e se os movimentos não forem para cima, o prefeito tente a privilegiar a elite e os empresários da saúde do município, deixar as empresas terceirizadas tomarem conta e trabalhadores sem salário, com vínculo, como é o caso do trabalhadores do Cerest, sem contrato, então a situação é triste. Os indicadores que eu estou falando é da cobertura vacinal, a atenção de saúde mental, e tudo isso pode vir abaixo por conta da terceirização e uma gestão que não se preocupa com o Sistema Único de Saúde e a saúde da população”, destacou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
guest
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Suely

Adroaldo!
Pense em um homem que briga pela saúde em Feira e também pelos direitos dos trabalhadores!
Se tivesse três vereadores com a inteligência e cultura que ele tem, Feira seria diferente.