Setembro Verde

Informar a família sobre o desejo de se tornar um doador de órgãos faz toda a diferença

De acordo com o médico, o Brasil enfrenta um desafio preocupante: a taxa de negativa familiar, que supera os 50%.

Foto: Freepik
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O Setembro Verde é um mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos no Brasil. Neste contexto, o médico Rodrigo Serapião, urologista, transplantador e captador de órgãos, destaca a necessidade urgente de informar a família sobre a vontade de ser um doador em vida. De acordo com ele, o Brasil enfrenta um desafio preocupante: a taxa de negativa familiar, que supera os 50%. Na Bahia, esse número é ainda mais alarmante, chegando a 62%. E a maior causa dessa não doação de órgãos é a recusa por parte das famílias.

Para o Dr. Rodrigo Serapião, a solução para esse problema reside na informação e na conscientização. Ele enfatiza que é fundamental divulgar informações por meio da imprensa e de campanhas como o Setembro Verde. Além disso, é crucial que as pessoas deixem claro, em vida, qual é a sua vontade em relação à doação de órgãos. Ele destaca: “Um ponto muito importante é que temos a possibilidade imensa de precisarmos algum dia de um órgão. Por outro lado, temos uma possibilidade mínima de sermos doadores”.

Foto: Divulgação

Na Bahia, são realizados três tipos de transplantes: rins, fígado e córnea. Segundo o médico, aproximadamente 1700 pessoas aguardam por um transplante renal, 22 aguardam por um fígado e 1251 pacientes estão na fila por uma córnea. Esses números, atualizados em agosto de 2023, foram obtidos junto à Central Estadual de Transplantes.

A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como rim, parte do fígado ou da medula óssea pode ser feita em vida. Um único doador pode salvar a vida de mais de 12 pacientes que aguardam na fila por um órgão.

Transplante de Coração

A Bahia possui equipes de captação de múltiplos órgãos e dentre eles o coração, no entanto este órgão vai para outros estados, pois na Bahia não é realizado ainda o transplantes de coração. Em Feira de Santana, existe uma equipe credenciada para realizar esse procedimento, coordenada pelo médico cirurgião cardiovascular André Guimarães. A cirurgiã cardiovascular Ivana De Lamonica, que também é credenciada, informa que essa equipe é multiprofissional e está preparada para realizar transplantes na Bahia.

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“No Estado, dois hospitais são habilitados para esses transplantes cardíacos, são o Hospital Ana Nery e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana. Mas, atualmente este tipo de transplante não está sendo realizado. Estamos prontos para isso e creio que em breve vamos iniciar este tipo de procedimento em Feira de Santana, uma vez que o poder público está bem sensível a esta causa . A doação de órgãos é um ato de amor e solidariedade que pode salvar vidas e oferecer esperança a quem mais precisa”, concluiu Dra. Ivana.

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