Laiane Cruz
O Dia da Imunização é celebrado anualmente em 9 de junho. O principal objetivo desta data é conscientizar a população sobre a importância de manter as principais vacinas em dia e diminuir a probabilidade de contrair doenças. Com a pandemia da Covid-19, a importância da vacinação precisa ficar ainda mais em evidência.
De acordo com a infectologista Melissa Falcão, o programa de imunização do Brasil é reconhecido mundialmente pela sua capacidade de vacinar muitas pessoas, num intervalo curto de tempo.
“Nós temos uma ampla gama de vacinas disponíveis para toda a população, desde o nascimento até a fase idosa. Essas vacinas fazem parte do calendário básico de imunização e outras são vacinas especiais, que são dadas àquelas pessoas que têm algum risco maior de adoecer. As vacinas mais conhecidas são a BCG, que é para prevenção de tuberculose, de hepatite B, tríplice viral, bacteriana, contra a coqueluche, tétano, meningite, rotavírus, então o nosso calendário básico de imunização inclui as principais doenças preveníveis”, explicou.
A infectologista esclareceu que o Brasil tem uma campanha muito organizada anualmente de gripe, por exemplo, que começa com as crianças pequenas, os idosos, profissionais de saúde, educação e pessoas com comorbidades. Mas esse ano, houve algumas dificuldades a mais porque coincidiu com a campanha de vacinação contra a Covid-19.
“A prioridade tem que ser dada à vacina da Covid, então quem tiver no período de tomar as duas, deve priorizar a do Coronavírus, com um intervalo mínimo de duas semanas toma a da gripe. A vacina é nossa maior esperança. As vacinas que temos disponíveis não têm 100% de eficácia, não garantem uma proteção completa, mas diminuem o risco de ter um caso grave e diminuem o risco também de ter manifestações da doença. Então precisamos nos vacinar, porque o efeito da vacina não vai ser individual, vai ser coletivo. A gente só vai conseguir sucesso na vacinação quando conseguirmos pelo menos 75% da população imunizada”, destacou Melissa Falcão.
Eficácia das vacinas
Em relação à eficácia das vacinas, Melissa Falcão explicou que elas variam, então algumas têm uma proteção maior, outras têm uma proteção menor, e por isso que o importante vai ser o efeito coletivo.
“Não importa se estarei protegida 90 ou 50%, mas sim quando toda a nossa população estiver com mais de 50% de proteção. Então não importa qual vacina eu tomei, mas sim que eu tenha um grau maior de proteção. A imunidade completa de acordo com a eficácia de cada vacina só é adquirida cerca de duas semanas após a segunda dose. Então não é pra ficar tranquilo após a primeira dose, e mesmo após a segunda dose, os cuidados precisam continuar, porque essa proteção não é de 100%, e tem as variantes que ainda estão sendo analisadas”, disse.
Sputnik V
Sobre o uso da vacina russa Sputnik V na população brasileira, a infectologista informou que ela usa uma plataforma parecida com a da Oxford. Ela utiliza um vetor viral, um vírus do adenovírus para transportar uma parte do vírus da Covid e fazer o sistema imune responder.
“A Anvisa liberou a exportação de apenas um lote pequeno dessa vacina para funcionar como um teste dessas reações adversas, mas ela não garante a segurança e a eficácia dessa vacinação, então vai funcionar mais como um estudo em grande escala da eficácia e dos efeitos colaterais em relação a essas vacinas”, destacou.
Melissa Falcão acrescentou que atualmente existem três tipos de composição principais dessas vacinas de Covid, que são vírus inativado, que funcionam como um vetor e não vai causar a doença; um vetor viral do adenovírus que transporta partículas do Coronavírus ou um RNA mensageiro, que é uma parte do código genético do Covid, que é inserido através de partículas de gorduras e faz o corpo produzir a proteção. “A CoronaVac é de vírus inativado, a da Oxford é de vetor viral do adenovírus e a da Pfizer é o MRNA mensageiro”, explicou
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade