Gabriel Gonçalves
Em decorrência da redução de internamentos por Covid-19, o Hospital de Campanha de Feira de Santana, vai encerrar as atividades na próxima quinta-feira (30). De acordo com a prefeitura, o investimento para manter a unidade ativa é de cerca de R$ 3 milhões mensais.
A grande expectativa, era que o município pudesse ganhar mais uma unidade pública para atender os pacientes, mas segundo o prefeito Colbert Martins, esta decisão ainda não foi tomada em virtude dos custos da manutenção.
"“Existe essa possibilidade, mas não decidimos ainda como é que nós vamos fazer. Mas se transformar em hospital municipal vamos ter o mesmo problema da manutenção. A manutenção desse Hospital de Campanha, basicamente, foi feita pelo Ministério da Saúde. Feira tem hospital, que é o Hospital da Mulher, há mais de 30 anos um hospital próprio. Agora um novo hospital geral é outra questão. O financiamento desse hospital a prefeitura não tem como manter sozinha. A despesa mensal desse Hospital de Campanha foi de 3 milhões de reais mensal”, disse".
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta terça-feira (28), o diretor do Hospital de Campanha, o médico Francisco Mota explicou que alguns equipamentos utilizados na unidade serão devolvidos à empresa contratada e outros entregues à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
"Os equipamentos foram locados pela S3 Saúde, então o Hospital sendo desativado, a S3 vai devolver estes equipamentos e alguns dos ventiladores, são da própria prefeitura, estes retornarão para a Secretaria Municipal de Saúde. O hospital tem um custo muito elevado para a prefeitura, e nós fomos a única cidade do interior da Bahia que conseguiu montar e bancar um Hospital de Campanha, porque é um hospital de guerra para atender aquele momento crítico, então a gente sai desse momento crítico, mas claro que se for preciso da UTI, a prefeitura através da Secretaria de Saúde, está pactuada com o Hospital Dom Pedro, onde os leitos estarão disponíveis", explicou.
Para o diretor da unidade, este momento de pandemia trouxe alguns desafios presentes na carreira profissional. De acordo com ele, o início da implantação do Hospital de Campanha, foi o período mais difícil em conseguir ampliar o número de leitos.
"Esta era uma doença nova e os desafios foram aparecendo, eram desafios novos também, lembro que na época da montagem do Hospital de Campanha, a gente tinha a dificuldade de conseguir os ventiladores, inauguramos a unidade com apenas 10 leitos de UTI, depois ampliamos para 18. Os preços dos equipamentos estavam altíssimos, tinha a superlotação dos leitos, a doença piorando cada vez mais e até mesmo o padrão de internação foi variando, logo no início, eram pacientes com perfil grave necessitando de UTI, já neste ano, são pessoas com o mesmo perfil, mas que agora utilizam apenas os leitos clínicos", concluiu.
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