Saúde

Hospital da Mulher já realizou mais de 10 mil atendimentos em 2013

A instituição conta atualmente com 64 leitos de obstetrícia, 12 leitos de berçário e oito de UTI neonatal para atender a uma demanda que vai além da sua capacidade.

Laiane Cruz

O Hospital da Mulher, em Feira de Santana, realizou uma média de 10 mil atendimentos a pacientes gestantes no primeiro semestre de 2013, segundo informações de Gilbert Lucas, diretora da Fundação Hospitalar que administra a instituição.
De acordo com Gilbert Lucas, somente no mês de maio, o Hospital da Mulher teve mais de 1.717 atendimentos, com um acréscimo de quase 17% em relação aos meses anteriores, mensalmente. Todavia, a unidade possui atualmente apenas 64 leitos de obstetrícia, 12 leitos de berçário e oito de UTI neonatal para atender a uma demanda que vai além da sua capacidade. 
 
Os motivos dessa superlotação, segundo a diretora, são o grande número de pacientes que procuram a unidade hospitalar, responsável por Feira e região, e que também atende pessoas vindas de municípios não pactuados; a carência de profissionais obstetras e o fechamento de outras unidades na cidade.

"Nós estamos notando um aumento muito grande dessa questão de obstetrícia, tanto por unidades terem fechado, como também sem plantonistas obstetras, e os municípios também não estão adequados ainda a estar recebendo esse tipo de atendimento. Curetagem e os partos normais poderiam ser feitos nestes municípios e eles estão enviando para Feira de Santana", explicou.

 
Gilbert Lucas ressaltou que ao atender pacientes de alto risco é verificada a existência de leito também para a criança, do contrário, é necessário fazer a regulação do recém nascido após o parto. "Às vezes, pode até ter o leito para a gestante, mais não tem o berçario ou a UTI neonatal para receber a criança. Nisso tudo é feita uma avaliação com o obstetra e com o neonatologista, porque quando não há vaga de UTI neo, a gente não tem como atender uma criança de alto risco", informou.
 
Sobre a falta de médicos obstetras e leitos para gestantes e crianças, a diretora que esta é uma dificuldade geral e que Hospital da Mulher vem contando com um quadro de três obstetras durante o dia e dois à noite, mais um diarista que passa nas enfermarias para avaliar as pacientes. 
 
HGCA
 
A diretora da Fundação Hospitalar informou, ainda, que atualmente o hospital de referência para gestação de alto risco é o Clériston Andrade, uma vez que possui uma UTI adulto: uma das prioridades para se ter o credenciamento para esse tipo de gestação, além de profissionais, como cirurgião geral e outras especialidades importantes para o acompanhamento dessas pacientes. "O Hospital da Mulher não é referência em gestação de alto risco, e sim de médio e baixo riscos", declarou.
 
Sobre as especulações de que o setor de obstetrícia do HGCA pode fechar as portas, Gilbert Lucas acredita que hoje não é possível tirar um serviço de um lugar e colocar em outro sem haver o aumento da capacidade do último.

"Então eu acho que isso aí é uma questão das três esferas, municipal, estadual e federal, estarem sentando, se organizando no sentido de que vamos fazer por etapas. Tira a obstetrícia do Clériston Andrade e vai se colocar aonde a referência em alto risco?", questionou.

 
Ainda na opinião de Gilbert, o Hospital Estadual da Criança (HEC) é que deveria se tornar um complexo maternal e infantil, o Hospital da Mulher se organizaria para aumentar os leitos de médio e baixo riscos e o Hospital Dom Pedro de Alcântara deveria reabrir o setor de obstetrícia com uma quantidade maior de leitos, também para gestações de alto risco. 
 
 
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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