Laiane Cruz
O Hospital da Mulher, em Feira de Santana, deu início nesta sexta-feira (8) à realização de cirurgias eletivas ginecológicas para pacientes que foram encaminhadas para atendimento na unidade através dos postos de saúde da família e das policlínicas.
A primeira paciente beneficiada com o serviço foi a dona de casa Ivaneide de Almeida Santos, de 51 anos. Ela passou nesta manhã por uma histerectomia abdominal total, que consiste na retirada do útero e do colo.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
De acordo com o ginecologista e obstetra Pedro Leitão, responsável por essa primeira cirurgia, a dona de casa sofria com sangramentos e precisava utilizar uma série de medicamentos que comprometiam a sua qualidade de vida.
“Estamos hoje aqui e o objetivo é fazer uma histerectomia abdominal total, que é a retirada do útero e do colo em uma mulher acima de 50 anos, que está com o útero com volume acima de 2 mil. Um útero normal é de até 100 de volume. E o útero acima de 2 mil já é uma cirurgia mais complicada. É uma paciente que precisou estabilizar a parte clínica dela primeiro para chegar até essa cirurgia. É uma honra estar em um hospital com equipamentos de primeira. Nós estamos preparados, e a equipe está completa. Vamos poder resolver o problema dela, que vai parar de sangrar e parar de usar várias medicações que atrapalham a vida dela no cotidiano”, informou o médico.
O cirurgião destacou a importância da oferta de cirurgias eletivas pelo Hospital da Mulher. “Se lembrarmos o contingente de mulheres que têm hoje doenças ginecológicas, miomas, câncer de colo de útero, cistos de ovários e trompas, suspensão de bexigas, o centro cirúrgico vem a calhar porque vai desafogar uma fila imensa de espera de pessoas que estão necessitando dessas cirurgias já há alguns anos, principalmente depois desse processo de pandemia.”
Ele enfatizou ainda que toda cirurgia é um quadro invasivo e possui seu risco, por isso é preciso protocolar muito bem essas pacientes. “Os riscos estão relacionados à parte vascular e infecciosas, temos que ter todo cuidado. O tempo de cirurgia é longo, e levamos uma média de duas horas numa cirurgia ginecológica de grande porte.”
A diretora da Fundação Hospitalar Inácia Pinto dos Santos, Gilbert Lucas, que administra o Hospital da Mulher, ressaltou que a unidade não é credenciada em urgência e emergência, e sim em obstetrícia.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Essas cirurgias ginecológicas são cirurgias eletivas, necessárias, mas não de urgência e emergência. Então essas pacientes de Feira de Santana vão até às unidades básicas e solicitam a consulta com ginecologista no ambulatório do Hospital da Mulher, que vai fazer toda a triagem para o agendamento dessas cirurgias e vai saber se é possível realizar a cirurgia na unidade ou se já se torna de grande complexidade, que não pode ser realizada no Hospital da Mulher.”
Gilbert Lucas informou que para a realização das cirurgias eletivas foi montada uma nova estrutura no ambulatório e instaladas mais três salas de ginecologia no local totalmente equipadas. Além disso, foi construída no centro cirúrgico uma sala específica para cirurgia eletiva, que não irá prejudicar o andamento da urgência e emergência da obstetrícia.
“Também investimos na equipe. Vão ser três cirurgiões, que atuarão em regime de plantão segunda, quarta e sexta, sendo um a cada dia. No começo faremos oito cirurgias por semana, mas com certeza a gente vai ampliar essas cirurgias eletivas e essa parte de ambulatório do Hospital da Mulher. Essas pacientes são agendadas pra consulta pré-anestésica e fazem os exames complementares para realização das cirurgias.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
O prefeito Colbert Martins, que esteve na manhã de hoje acompanhando o início dos procedimentos no Hospital da Mulher, falou sobre a importância das cirurgias ofertadas com recursos do município.
“Neste momento o hospital retoma as cirurgias eletivas, a exemplo das cirurgias de mamas, cirurgias femininas importantes. São vagas para mulheres de Feira de Santana especificamente, com toda a segurança que o Hospital da Mulher oferece por meio do seu centro cirúrgico, portanto vamos ampliar ainda mais a quantidade de leitos, para permitir que mais mulheres tenham acesso a esses serviços.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.