Os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Feira de Santana poderão ficar sem anestesista para as cirurgias eletivas, a partir da próxima segunda-feira (8). Os profissionais ameaçam paralisar as atividades até que o Governo Municipal reveja a tabela de pagamento.
Em entrevista ao programa Acorda Cidade, na manhã de hoje, o médico Benedito Gonçalves confirmou a intenção da categoria. Segundo ele, as negociações com o prefeito Tarcízio Pimenta fracassaram e a alternativa é partir para uma nova estratégia em busca de melhor remuneração.
O prefeito Tarcízio Pimenta lembrou que na Casa de Saúde Santana 100% do atendimento são via SUS, enquanto no Hospital Dom Pedro de Alcântara a assistência pelo sistema fica em torno 90%. Isso significa que uma paralisação das cirurgias programadas poderá comprometer todo o atendimento nestas e em outras unidades de saúde.
Como medida emergencial, Tarcízio disse que o Hospital da Mulher poderá disponibilizar o atendimento. Quanto às negociações com os médicos anestesiologistas, o prefeito disse que as reuniões têm ocorrido com tranquilidade, admitiu que os valores do SUS sempre estiveram aquém do desejado pelos profissionais da área, mas lembrou que não é tão simples.
“Quem estabeleceu esta tabela não foi a Prefeitura de Feira de Santana e isso não é de agora. Não quero me eximir da responsabilidade, nem sustar o debate sobre o assunto, porque a reivindicação é justa”, ponderou Tarcízio. No entanto, não é uma questão isolada do anestesista.
Só para se ter uma idéia dos valores dos procedimentos pagos pelo SUS, uma curetagem custa R$ 21,12, uma cesariana, R$61,18 e uma cirurgia longa (como a retirada de mandíbula, por exemplo, que dura 12 horas), R$ 241,00. Os médicos anestesiologistas querem um reajuste de 100%.
Madalena de Jesus