Saúde

HIV não se trata só com remédio

Sistema Único de Saúde oferece também acolhimento e atendimento psicológico em várias unidades de saúde pelo país.

Acorda Cidade

Você sabia que atualmente 389 mil pessoas vivem e convivem com o vírus HIV em todo o país? Todo esse pessoal recebe os medicamentos de forma gratuita na rede pública, é verdade. Mas será que só tratar o corpo basta? Como a notícia de um HIV positivo pode ser um baque pra qualquer um, o Sistema Único de Saúde oferece também acolhimento e atendimento psicológico em várias unidades de saúde pelo país.
A técnica em radiologia Letícia Reis, 40 anos, nome fictício dado a pedido da entrevistada, por exemplo, é portadora do vírus há três anos, e agora, grávida de três meses, volta a se preocupar com o risco de transmissão. Mesmo com toda a pressão da gravidez, desabafar não é algo comum pra ela, não. Sem contar nem mesmo para a família, ela afirma como é difícil lidar com a doença sem um apoio emocional.

“Olha, no início, pra mim, foi terrível, eu entrei, assim, em uma fase meio deprimente, mas depois eu fui aceitando. Fui lendo reportagens, fui acompanhando os depoimentos de pessoas. Na minha família, só sabem duas pessoas, porque eu nunca tive coragem de falar pra minha mãe. Então, eles pensam que eu venho para Brasília direto para tratar um problema de pulmão. E tem vezes que eu não tenho com quem desabafar, eu não tenho uma pessoa pra falar que eu tenho o vírus. Que eu convivo com o vírus. Eu não tenho uma pessoa pra eu falar isso.”

LOC.: Letícia vai a Brasília todos os meses para fazer acompanhamento do HIV. Em um primeiro momento, com o choque da notícia, só encontrou conforto e acolhimento no Projeto Com Vivência, do Hospital Universitário de Brasília. O projeto de Extensão da Universidade de Brasília, hoje, atende cerca de 800 pessoas, e é uma das opções de acompanhamento psicológico oferecido pelo SUS. A psicóloga e coordenadora do projeto, Eliane Fleury, explica a importância do tratamento junto à administração dos remédios antirretrovirais.

“É muito importante esse aporte porque afeta a qualidade de vida da pessoa, né? Então, podendo ter impacto negativo na sua vida social, o medo do estigma, medo do preconceito, a questão amorosa e sexual, também por ser uma infecção sexualmente transmissível, medo de revelar o diagnóstico, o receio… Então, são alguns exemplos que levam à necessidade dessa abordagem no campo emocional, comportamental, né?”

No Brasil, já existem estudos que ligam a presença do HIV a casos de depressão e outras doenças psicológicas. De acordo com a especialista, estes são os principais diagnósticos encaminhados ao projeto pela psiquiatria. Dessa maneira, é importante que a pessoa que convive com o HIV procure também apoio psicológico. Além do SUS, ONG´s oferecem acolhimento em todo o Brasil. Basta procurar uma das unidades de atendimento de sua cidade. Mas antes de se atentar aos sintomas, vale a pena se prevenir! Por isso, fique ligado e faça os exames regularmente. O resultado sai em menos de 30 minutos. Use camisinha e conheça as outras formas de prevenção combinada no SUS e proteja-se. 30 anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br Ministério da Saúde, Governo Federal. 

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