Saúde

Feira de Santana corre o risco de enfrentar 3ª onda da Covid-19, alerta infectologista

Ela pediu que as pessoas continuem mantendo os cuidados de distanciamento social e higiene

Gabriel Gonçalves

O município de Feira de Santana ainda está na fase da segunda onda da Covid-19, mas há possibilidades da cidade enfrentar uma terceira onda do vírus. Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista e coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, Melissa Falcão, explicou que as chances disso acontecer, são altas, por estar seguindo o mesmo fluxo dos países da Europa.

"Existe essa possibilidade, ela é real, mas esperamos que seja uma onda com uma intensidade mais leve do que a segunda, temos essa visão pois estamos seguindo o mesmo fluxo da Europa e todos os países da Europa tiveram essa terceira onda. Nós estamos tendo uma segunda onda prolongada, mas já nos preparando para este momento", afirmou.

De acordo com a infectologista, a previsão desta terceira onda acontecer no município, é de dois a três meses após a redução da segunda onda. Ela explicou como é identificado o pico da pandemia.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

"Ainda não temos uma certeza de quando isso pode acontecer, mas normalmente, cerca de dois a três meses após a redução da segunda onda e aí, tem início a terceira. Para que possamos identificar o pico da pandemia, observamos o número de internamentos, além do aumento do número de óbitos, a quantidade de pessoas graves e de óbitos são proporcionais ao número de pessoas infectadas", disse.

Feira de Santana permanece com o número elevado de internamentos diários, segundo Melissa Falcão, toda equipe da rede municipal continua demandando esforços, pois o vírus já 'massacra' a sociedade há mais de um ano.

"A repercussão de uma terceira onda em nosso município pode ser grave, porque estamos aí já sendo massacrados por esse vírus há mais de um ano e ele se mostrando cada vez mais, capaz de infectar as pessoas e causar casos graves com novas mutações sendo identificadas, seja do Reino Unido, Manaus e agora da Índia. Estamos com uma estabilidade alta, não estamos confortáveis, não estamos tendo redução, estamos com um platô estabilizado que também não nos dá conforto com relação a pandemia e os números de casos diários e de internamentos, continuam elevados demandando esforços de toda equipe municipal e de toda rede de saúde da cidade", destacou.

Questionada se o município conseguiria evitar uma terceira onda, a infectologista explicou que a única possibilidade disso acontecer, seria a vacinação em grande massa.

"Nós estamos sempre procurando capacitar nossa equipe e organizar a nossa rede de atendimento para que as pessoas possam ser bem assistidas e tenham leitos disponíveis para receber os devidos cuidados necessários. Infelizmente, nenhum país conseguiu evitar uma terceira onda, a única possibilidade disso acontecer, seria uma vacinação em massa, de maneira mais rápida, porém nesse ritmo que estamos caminhando de vacinação, não tem condições. Aqui no país, cerca de 16% das pessoas estão contaminadas, demoraremos muito para chegar aos 70% considerado o recomendado eficaz para dar uma imunidade em massa", declarou.

A coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, conclamou que a sociedade mantenha os cuidados, realizando todos os procedimentos no combate contra o vírus.

"Peço encarecidamente à população que continue colaborando com as ações de combate ao coronavírus e que apesar de todo o cansaço, toda vontade de abraçar, de encontrar com as pessoas, que a gente possa esperar mais um pouco, porque esse momento vai chegar, mas sem dúvidas, esse momento não é agora, a prevenção deve continuar para que a gente possa segurar a vida", concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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