Feira de Santana

Falta de tratamento e medicação contínua podem elevar problemas de saúde mental, diz coordenadora dos Caps

O abandono do tratamento faz com que muitos pacientes voltem a ter transtornos.

CAPs
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Alguns casos de violência e até mortes, tendo como autores, pessoas que têm problemas psicológicos ocorreram nos últimos tempos em Feira de Santana e chamaram atenção para o cuidado com a saúde mental. Um caso recente que chocou a população, ocorreu no dia 5 de junho. Celina Silva Santos de 75 anos de idade, morreu após ser agredida a pedradas, pela própria neta de 17 anos que possui problemas mentais.

Além da adolescente, os outros dois irmãos que residiam com a vítima, também possuem problemas de saúde.

Ao Acorda Cidade, o pai da jovem, Rogério da Silva, contou que a filha já teve acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e já estava tendo desentendimento com a avó.

De acordo com Regicélia Silva de Jesus, coordenadora da rede Caps em Feira de Santana, o atendimento é considerado como porta aberta, na qual os familiares do paciente podem buscar o suporte necessário.

CAPs
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A rede Caps é de porta aberta, é pelo SUS, onde o paciente morador de Feira de Santana tem o direito de ser atendido, mas para isso, é necessário que tenha em mãos documento de identificação, comprovante de residência, CPF e cartão do SUS. Durante esses quase três anos de pandemia, nós verificamos um aumento de automutilação e tentativas contra a própria vida entre crianças e adolescentes aqui em nossa cidade, mas a rede Caps está com toda equipe multidisciplinar para atender e dar este suporte, tanto ao paciente, quanto aos familiares”, explicou.

Diante de alguns surtos como foi o caso da neta que matou a própria avó no bairro do Tomba, Regicélia informou que a paciente já não estava sendo acompanhada há cerca de 5 anos, e destacou que o abandono do tratamento, falta de medicações e terapias, podem desencadear esse tipo de reação.

“Essa adolescente junto com os outros dois irmão eram cadastrados no Caps infantil, mas havia um bom tempo que não estavam mais aderindo aos tratamentos. Nós fizemos uma busca ativa, mas infelizmente, a família precisa ser coparticipante também neste tratamento, seja da criança ou do adolescente. Se a família não estiver junto, o tratamento não segue em frente e este foi um resultado que aconteceu”, explicou.

Segundo a coordenadora, o Hospital Especializado Lopes Rodrigues (HELP), localizado na Avenida Presidente Dutra, recebe pacientes em casos de emergência e urgência.

“Conforme a reforma psiquiátrica no Brasil, não houve suspensão de internação. Em Feira de Santana existe o Hospital Especializado Lopes Rodrigues que atende urgência e emergência e a rede CAPs que dá o suporte e o acolhimento necessário para toda a população de Feira de Santana. Quando o paciente tem algum transtorno severo ou persistente, ele tem um tratamento necessário para diminuir os seus sintomas, ele vai continuar com este tratamento e caso haja uma necessidade de internação, os médicos da equipe avaliam e se for necessário este paciente é internado no período entre 7 até 14 dias para dá este suporte e melhorar psiquicamente este paciente”, explicou.

Ainda de acordo com a coordenadora, após a pandemia foi necessária a contratação de novos profissionais.

“Foi necessário nova contratação de psicólogos, pedagogos, médicos para dar este suporte de uma forma bem específica, até porque no Caps AD, que é referência de tabagismo e outras drogas, a gente tem índice muito grande de pacientes principalmente mulheres. Nos outros Caps, o índice é grande de esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno da ansiedade, psicopatia e diversos outros transtornos que acometem estes pacientes”

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Leia também: Avó é morta a pedradas por adolescente de 17 anos

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Roberto de Lima Silva

Venho expressar meu desabafo minha esposa sofre a quase 10 anos com esse problema esse lugar chamado caps Deixa mais doente quem está fora quando tem consulta com a psiquiatra minha esposa sai mais doente quando entra e fora a falta de remédios que é constante se eu pudesse nem eu nem ela ousaria mais nesse lugar não tem nem se quer um tratamento adequado .O tratamento deles é dá o remédio quando tem e manda morre em casa é uma vergonha

Laíne

Fora o abandono do próprio SUS, pois hoje estive em duas unidades de saúde, as quais em nenhuma tinham os medicamentos, então o abandono do tratamento é iniciado pelo próprio Sistema de Saúde do nosso país!