Saúde

Esclerose múltipla: especialista em medicina do estilo de vida compartilha dicas de como prevenir e tratar a doença

Mulheres são mais vulneráveis devido a fatores hormonais envolvidos na modulação do sistema imunológico.

Esclerose múltipla
Foto: Divulgação

No Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com Esclerose Múltipla, uma doença inflamatória crônica, de caráter autoimune em que as próprias células atacam a mielina, uma membrana que reveste os neurônios, causando destruição ou danos permanentes nos nervos. “É uma doença com sintomas variados e, por ser autoimune, a melhor forma de prevenir é manter um nível adequado de vitamina D e regular a função intestinal. Doenças autoimunes começam a partir de reações alérgicas no intestino”, destaca o neurologista especialista em medicina integrativa Italo Almeida.

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As mulheres têm pelo menos duas a três vezes mais probabilidade de desenvolver a doença. Isso se deve aos hormônios femininos, que têm uma regulação autoimune menos eficiente. Outra explicação é o fato das mulheres sofrerem mais com desregulação intestinal, o que desequilibra a harmonia em que o corpo deve permanecer. “As mulheres têm uma tendência maior à obstipação, prisão de ventre do que os homens”, acrescenta o diretor médico da Neuro Integrada

Problemas intestinais podem enfraquecer o sistema imunológico, facilitando o aparecimento da doença. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, a prevenção da Esclerose Múltipla é mais simples do que se imagina. “Tomar sol e suplementar a vitamina D, que é o hormônio responsável pela regulação da resposta autoimune do corpo, são as melhores formas de evitar esse diagnóstico”, explica Almeida.

Sintomas e tratamento

Os sinais e sintomas da Esclerose Múltipla variam a depender da quantidade e dos nervos afetados, mas geralmente incluem parestesias (formigamentos), fraqueza, rigidez ou espasmo muscular, tremor, cansaço excessivo, alterações no equilíbrio, e na coordenação motora, entre outros. Como resultado do ataque das células ao próprio sistema nervoso, os nervos funcionam mais lentamente, o que pode retardar os movimentos do corpo e até a fala. “Se essa desmielinização, por exemplo, acontecer no nervo ótico, o paciente pode perder a visão. Se ocorrer no tronco cerebral pode causar tontura e perda de equilíbrio.

A melhor forma de prevenção é manter nível adequado de Vitamina D e uma alimentação que não desencadeia essa resposta imune. “O trabalho de modulação intestinal é fundamental para prevenir e para evitar novas crises”, defende o especialista acrescentando que a modulação intestinal é um tratamento essencial para controlar os sintomas e diminuir o ritmo de evolução da doença.

Convencionalmente, o tratamento é realizado com uso de corticoides, imunossupressores, imunomoduladores e outras medicações que acabam provocando muitos efeitos colaterais. No entanto, com o acompanhamento da medicina integrativa, a luta contra a doença pode se tornar mais orgânica. “Utilizar doses muito altas de vitamina D, assim como a reposição de outras vitaminas importantes para a mielinização como a vitamina B12 e reeducação alimentar evitando produtos desencadeadores das reações autoimunes são medidas muito eficazes. Pacientes que não aceitam o uso de medicamentos podem ser tratados de maneira integrativa com o uso dessa suplementação vitamínica”, ressalta o médico.

Para os pacientes que já convivem com o diagnóstico de Esclerose Múltipla, existem outros recursos para evitar a intensificação das crises características da doença. “A prática de exercício físico regular é sempre um fator importante para ajudar a eliminar radicais livres e a regular a microbiota intestinal”, recomenda. Outro fator importante a ser considerado é o tabagismo. Quem tem o hábito de fumar deve se atentar porque o vício pode não comprometer apenas os pulmões, como também todo funcionamento motor do corpo. O consumo de bebida alcoólica deve ser também evitado, já que provoca muitos danos na microbiota intestinal e danos diretamente aos nervos, agravando os sintomas. “As medidas de precauções e de tratamento são, apesar de simples, muito práticas e de alta eficácia”, conclui o médico com a experiência clínica de quase quatro décadas.

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