Gabriel Gonçalves
Durante coletiva de imprensa, o governador Rui Costa (PT), declarou que ainda não há uma decisão sobre a realização ou cancelamento da festa que atrai milhares de pessoas para a capital baiana.
Segundo ele, a preocupação se terá Carnaval ou não, se dá por parte da classe empresarial que também promove os festejos.
"Eu tenho visto uma grande ansiedade dos produtores, mas eu quando estou na rua, ninguém me cobra sobre o Carnaval. As pessoas estão preocupadas porque estão desempregadas, que estão ficando mais pobres, que estão passando fome, estão preocupadas em não pegar a doença, porque podem morrer, é essa a preocupação do povo. Eu vejo uma preocupação da imprensa que me cobra sobre isso e eventualmente dos empresários que fazem o Carnaval. Eu respeito a opinião deles, a atividade empresarial do Carnaval é importante porque gera emprego, gera renda, mas entre essa atividade e a saúde, a vida dos baianos, eu fico com a saúde dos baianos. Portanto, eu não vou decidir de forma antecipada sobre a realização ou não realização. Qualquer evento de massa com três milhões de pessoas na rua, está acondicionado com o avanço da vacinação e a redução do número de leitos de UTI, o que não está caindo. Hoje está em 191, semana passada estava em 208, e isso mostra uma mensagem clara que o vírus ainda está circulando, estamos com uma média de três mil contaminados, então a decisão, será tomada quando a gente se sentir seguro, seja para cancelar ou permitir", explicou.
Desde o dia 1º de dezembro, é obrigatório a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para atendimento em serviços públicos, como Detran e no Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), e na visita em hospitais e unidades prisionais.
Segundo o governador, esta determinação tem como objetivo proteger quem esteja dentro destes órgãos, em especial nas unidades de saúde.
"Se alguém vier aqui visitar um paciente, este só terá acesso se tomar a vacina. Então por exemplo, aqui na unidade Materno-Infantil, o esposo de alguma mãe que teve recentemente o filho, está internada, esse pai, só entrará se estiver vacinado, porque não faz sentido as mamães que estão aqui com seus filhos, correrem o risco de serem contaminados por alguém que por questão ideológica, partidária política resolveu não tomar a vacina. É um direito dele, mas é um direito de quem está aqui dentro para se proteger. Essa é uma determinação do governo do estado, e nós estamos buscando que todos os órgãos façam esse controle, assim como eu tenho pedido aos prefeitos e prefeitas que concordarem com essa medida externa, que estas medidas sejam através de decretos municipais, assim como possa exigir que funcionários públicos e terceirizados que trabalham para o município, também possam ser vacinados. O mundo inteiro está fazendo isso, não é só na Bahia, os principais países estão fazendo isso para tentar conter a circulação do vírus e o aumento do número de casos", destacou.
Questionado se existe a possibilidade dos municípios realizarem festejos carnavalescos, caso não haja o Carnaval de Salvador, o governador Rui Costa, declarou que para isso, seria necessário o apoio do estado, principalmente com relação à Segurança Pública.
"Eu acredito que não tenham cidades que possam realizar o Carnaval sem a participação do governo por conta inclusive da integridade da segurança das pessoas. Então o estado não participará de nenhum evento de massa, pois isso seria um atentado contra a vida humana. Acho pouco provável que alguém organize, eu não desejo e nós não desejamos ter mais uma onda da Covid-19 na Bahia, e pelo contrário, nós estamos preparados para continuar virando a chave. Hoje temos o Hospital Couto Maia que está com pacientes de Covid-19, o Hospital Espanhol e o Metropolitano, além dos regionais. Porém eu quero poder virar a chave e deixar de atender pacientes com Covid-19 no Hospital Metropolitano e concentrar apenas nos regionais, o Espanhol e no Couto Maia, porque temos um represamento de cirurgias eletivas, então precisamos diminuir a fila, e voltar com a normalidade das cirurgias eletivas, mas é necessário também que a população vá em busca da vacina", concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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