Feira de Santana

Endocrinologista alerta sobre uso de medicamentos para emagrecer

Geruza Brandão ressaltou a importância do acompanhamento profissional no processo de reeducação alimentar, uma vez que não existe receita milagrosa que garante um emagrecimento saudável.

Laiane Cruz

No último sábado (23) uma jovem de 27 anos morreu, em Feira de Santana, após ter ingerido cápsulas de um produto com promessa de emagrecimento, do qual ela fazia uso. A recepcionista Bartira da Silva Gonçalves passou mal e foi socorrida para uma policlínica da cidade, mas não resistiu.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a endocrinologista Geruza Brandão alertou que os medicamentos podem trazer riscos à saúde, pois também possuem contraindicações. Toda medicação, segundo a especialista, precisa ter indicação clínica, a qual vai depender da doença ou distúrbio que a pessoa desenvolveu naquele momento.

“Nós sabemos que a obesidade é uma doença, então esse paciente vai ser medicado de acordo com as características clínicas e laboratoriais dele, por exemplo se ele tem o ácido úrico alto, algum distúrbio hepático, levando em conta que algumas medicações podem atingir o nosso fígado, os nossos rins, porque tudo o que a gente ingere tem que ser metabolizado e vai ser eliminado através do nosso suor, fezes e urina. Então os efeitos colaterais vêm desse metabolismo das medicações no nosso corpo”, explicou.

Ela informou que a maioria das medicações comercializadas em farmácias e utilizadas na prática clínica passa por estudos nos quais são avaliados os efeitos colaterais de cada um e em que se aplicam. “Então a gente sabe quais são os efeitos previsíveis e tenta evitar isso. Lembrando sempre que tudo depende da dose. Então a diferença entre um remédio bom e um veneno é a dose da medicação. Isso também deve ser levado em conta, de acordo o peso do paciente.”

Regulamentação

A endocrinologista falou também sobre o registro de medicações pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Geruza Brandão, no Brasil há um problema muito grande em relação à regulamentação de medicações.

“Temos várias medicações registradas como comida, como alimento nutracêutico e, quando há algum paciente que sofreu algum dano, é descoberto que existem várias substâncias ilícitas dentro daquele comprimido. Hoje tem a internet que vende vários produtos milagrosos, que prometem que você vai emagrecer, acelerar o metabolismo, fazer desintoxicação do organismo, que prometem emagrecimento fácil sem esforço nenhum, mas a gente sabe que o tratamento das doenças não são efetivos dessa forma e causam muito risco à saúde”, salientou.

Geruza Brandão ressaltou a importância do acompanhamento profissional no processo de reeducação alimentar, uma vez que não existe receita milagrosa que garante um emagrecimento saudável.

“A gente deve procurar sim emagrecer, porém levando em conta sempre a nossa saúde. Emagrecer é gostar de si mesmo, é saber que perder peso vai ter um organismo funcionando melhor, mas disposição, vai dormir melhor, vai ter uma mente melhor, um sono melhor no dia a dia. Emagrecer é saúde, não querer emagrecer por milagre, não existe um remédio que faça alguém emagrecer. O que existem são medicações coadjuvantes a uma alimentação saudável e atividades física”. 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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